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Programa de Ciro Gomes prevê fim da paridade de preços e mais refino na Petrobras

Ciro Gomes (PDT)  - Evaristo Sá/AFP
Ciro Gomes (PDT) Imagem: Evaristo Sá/AFP

Rodrigo Viga Gaier

De Reuters

10/08/2022 15h06Atualizada em 10/08/2022 19h56

O programa de governo do candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, prevê o fim da paridade de preços dos combustíveis da Petrobras, a ampliação da capacidade de refino e atuação da estatal em energias renováveis.

Em linhas gerais, as propostas de Ciro apontam para um novo caminho para a petroleira brasileira, que está vendendo parte do parque de refino e segue uma paridade de importação para definir os preços de combustíveis. O fim desse modelo, assim como mais investimentos em refinarias, está também entre as diretrizes do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

A atual política de paridade de preços, criada em 2016, no governo de Michel Temer, é permanente alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro em meio à sua tentativa de reeleição. Apesar das críticas do governante, a empresa mantém sua estratégia.

"Uma das nossas prioridades será mudar a política de preços da Petrobras que hoje só beneficia os importadores e acionistas, mas prejudica a sociedade brasileira", diz o documento.

Ciro, terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, mas em patamar distante dos dois principais líderes — Lula e Bolsonaro (PL) —, apresentou na véspera as linhas gerais de seu plano de governo.

"Nossa ideia é aumentar a capacidade atual com a conclusão das refinarias que não foram acabadas, como o complexo de Itaboraí (antigo Comperj e atual Polo Gaslub) e Rnest (em Pernambuco)", disse à Reuters o presidente do PDT, Carlos Lupi.

Lupi afirmou que, se houver necessidade, não está descartada a construção de novas refinarias.

"O que não pode é o país continuar produzindo petróleo, exportando-o bruto e importando 20% dos derivados necessários."

Ciro pretende ainda, caso seja eleito, transformar a estatal em uma empresa de energia com investimentos em renováveis, como solar, eólica — incluindo offshore — e hidrogênio verde.

"O Brasil tem uma oportunidade de ouro pra usar seus recursos naturais e desenvolver energia boa, barata e progressivamente limpa", finalizou o documento.

O programa defende o uso da energia hidrelétrica, que atualmente responde por cerca de 62% da capacidade instalada do país, como fonte de reserva para períodos de picos de demanda, de forma a evitar preços mais altos e escassez hídrica.