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Ibovespa avança com apoio do setor financeiro e PEC da Transição no radar

19/12/2022 12h55

Por Andre Romani

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subia nesta segunda-feira, com suporte de ações do setor financeiro e investidores atentos à tramitação da PEC da Transição, enquanto os principais índices em Wall Street cediam após abertura estável.

B3, Itaú Unibanco e Bradesco eram as principais influências positivas, enquanto Vale e Gerdau pressionavam o índice na ponta oposta.

Às 12:20 (de Brasília), o Ibovespa subia 1,48%, a 104.382,52 pontos. Na mínima, o índice caiu a 102.769,76 pontos, enquanto, na máxima, esteve em 104.382,52 pontos. O volume financeiro era de 6,7 bilhões de reais.

O Ibovespa entra na semana que antecede o Natal, quando tradicionalmente o volume financeiro cai, com foco voltado para a transição ao novo governo, seja nas nomeações de cargos ou em sua estratégia.

Na noite da véspera, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liminar que retira do teto de gastos o pagamento de um benefício social de 600 reais no ano que vem.

A decisão veio em meio a negociações no Congresso para a aprovação da PEC da Transição, que inclui a retirada de recursos da regra do teto de gastos para, entre outras destinações, permitir a manutenção do benefício de 600 reais do Auxílio Brasil. O programa voltará a chamar Bolsa Família na futura gestão.

"Apesar de agora o novo governo poder optar por uma MP em vez da PEC sem o risco jurídico, é improvável que isso seja feito, pois acabaria gerando um desconforto entre o Congresso e o Executivo", disse Luis Eduardo Novaes, analista da Terra Investimentos.

A expectativa é que a PEC seja votada na Câmara na terça-feira. Enquanto isso, o plenário do STF formou nesta manhã maioria contrária ao chamado "orçamento secreto". O julgamento vinha sendo acompanhado com grande expectativa pelo Congresso Nacional e pelo governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), à medida que também desenrolava-se paralelamente às negociações sobre a PEC.

Novaes, da Terra Investimentos, também citou expectativa no mercado por anúncios de mais integrantes da equipe do futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em Nova York, os principais índices caíam, mesmo após duas semanas de perdas, com temor de recessão econômica na esteira da manutenção de postura monetária agressiva pelos principais bancos centrais do mundo no combate a inflação.

DESTAQUES

- BOA VISTA ON, que não faz parte do Ibovespa, disparava 46,76%, a 7,03 reais, após receber proposta de combinação de negócios da empresa norte-americana Equifax.

- ITAÚ UNIBANCO PN tinha alta de 1,9%, a 24,13 reais, enquanto BRADESCO PN subia 2,39%, a 14,15 reais. Ainda no setor financeiro, BTG PACTUAL UNIT avançava 5,47%, a 21,71 reais, e B3 ON mostrava ganho de 4,49%, a 11,87 reais.

- LOJAS RENNER ON tinha valorização de 2,78%, a 19,98 reais. O conselho de administração aprovou distribuição de juros sobre capital próprio no valor de 178,6 milhões de reais.

- VALE ON recuava 0,3%, a 85,42 reais. Contratos de preços futuros de minério de ferro caíram na Ásia, com o aumento dos casos de Covid-19 na China levando operadores a realizarem algum lucro de um rali recente estimulado pela flexibilização de medidas de isolamento social contra o coronavírus.

- PETROBRAS PN passou a subir 0,5%, a 22,16 reais, depois de queda mais cedo. A ação teve uma semana passada conturbada para a companhia devido à tramitação de projeto no Congresso que modifica a Lei das Estatais. Nesta segunda-feira, o petróleo Brent subia quase 2% no exterior. A norueguesa Yara desistiu da tentativa de negociações para comprar fábrica de fertilizantes da Petrobras no Paraná, publicou o Valor.

- USIMINAS PNA caía 4,9%, a 6,99 reais. O JPMorgan cortou recomendação da companhia para "neutra". Siderúrgicas, em geral, tinham desempenho negativo na sessão, com CSN ON recuando 1,73%, a 13,67 reais, e GERDAU PN perdendo 1,23%, a 29,8 reais.

- NATURA&CO ON cedia 0,81%, a 9,83 reais, na nona queda seguida da ação, desvalorizando-se cerca de 20,7% no período. A companhia informou nesta segunda-feira que sua controlada Avon Products foi condenada a pagar 46,3 milhões de dólares nos Estados Unidos após uma mulher dizer que produtos da empresa à base de talco teriam contribuído para desenvolvimento de câncer.