Ibovespa sobe após IPCA-15 e tem melhor semana em 2 meses
Por Andre Romani
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subiu nesta sexta-feira, engatando a maior alta semanal em dois meses, à medida que a bolsa local ainda aproveita reação positiva à aprovação da PEC da Transição mais enxuta nesta semana e após o IPCA-15 de dezembro vir dentro do esperado.
B3 e Petrobras foram as maiores influências positivas ao índice, enquanto Gerdau e Suzano ficaram do lado oposto.
O Ibovespa subiu 2,00%, a 109.697,57 pontos. Na máxima da sessão, o índice alcançou 109.994,23, e, na mínima, esteve em 107.551,70. O volume financeiro somou 23,1 bilhões de reais, ante média diária de 31,2 bilhões em dezembro até a véspera.
Na semana, o Ibovespa avançou 6,7%, maior alta desde a semana encerrada em 21 de outubro.
"O mercado já abriu em alta, estava em um movimento de recuperação que aconteceu nesta semana. Tivemos uma primeira quinzena de dezembro muito ruim, por questões internas", disse Victor Martins, analista sênior da Planner Corretora.
A redução da duração da PEC da Transição, que expande o teto de gastos para o pagamento do Bolsa Família, de dois para um ano deu fôlego ao índice nesta semana. Analistas também ficaram atentos às nomeações do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para seu governo.
Nesta sexta-feira, a alta de 0,52% do índice de preços IPCA-15 em dezembro ante novembro, em linha com o esperado por economistas em pesquisa da Reuters, endossou alívio na bolsa brasileira, com possibilidade de política monetária menos agressiva frente ao projetado nas últimas semanas. Os juros futuros dispararam desde a eleição de Lula com os agentes reagindo às perspectivas fiscais para o Brasil no novo governo.
"O IPCA-15 mostra o que a gente já estava vendo no mercado, uma inflação cadente. Tudo vai depender agora do novo governo, das medidas a serem tomadas", disse Martins.
No exterior, os principais índices em Wall Street fecharam em leve alta, com agentes financeiros digerindo dado de inflação dos EUA e em meio à alta das ações de energia por movimento do petróleo. O núcleo do índice de preços PCE, acompanhado de perto pelo Federal Reserve, avançou 0,2% em novembro, após alta de 0,3% no mês anterior. O resultado veio em linha com o que o mercado esperava.
O S&P 500 subiu 0,6% na sessão.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN avançou 4,71%, a 25,12 reais, diante de alta de 3,6% do petróleo Brent no exterior após a Rússia sinalizar que pode cortar a produção em resposta a um teto de preços estabelecido pelo G7. 3R PETROLEUM ON disparou 8,34% e PRIO ON ganhou 0,65%. A 3R informou que concluiu a aquisição do Polo Papa Terra.
- QUALICORP ON saltou 7,84%, a 6,19 reais, na melhor semana para a ação em mais de três anos, após a aprovação da compra da SulAmérica pela Rede D'Or com restrições à Qualicorp mais brandas do que o esperado. A administradora de planos de saúde ainda disse nesta manhã que a BlackRock elevou fatia na companhia para 10,02%.
- ECORODOVIAS ON disparou 6,28%, a 4,57 reais, para alta de 13,7% na semana, a primeira de ganhos após seis de queda.
- VALE ON virou para o positivo e fechou com alta de 0,66%, a 86,32 reais, após os contratos futuros do minério de ferro caírem na Ásia, pressionados pelo aumento de casos de Covid-19 na China, com temores no mercado de impacto na recuperação econômica do país asiático. O contrato mais negociado para maio em Dalian cedeu 0,2% nas negociações diurnas.
- GERDAU PN caiu 3,88%, a 28,70 reais, e CSN ON cedeu 2,25%, a 13,91 reais, em sessão negativa para siderúrgicas. A CSN informou que a Eletrobras transferiu ações da CEEE-G por 367 milhões de reais.
- ITAÚ UNIBANCO PN teve alta de 1,57%, a 25,19 reais, enquanto BRADESCO PN subiu de 1,75%, a 15,14 reais. Também no setor financeiro, B3 ON saltou 8,57%, a 13,35 reais.
- IRB BRASIL ON caiu 4,21%, a 0,91 real. Ainda assim, o papel caminhou para fechar a semana com alta de 26,4%, após divulgar na terça-feira que teve lucro em outubro. Acionistas da resseguradora também aprovaram o grupamento de ações ordinárias na proporção de 30 para 1.
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