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Yduqs vê retomada de competição por preço em educação superior em 2023

16/03/2023 09h33

SÃO PAULO (Reuters) - O grupo de ensino superior Yduqs está enxergando uma retomada na concorrência por preço neste ano em relação ao visto em anos anteriores, afirmou o presidente-executivo da companhia, Eduardo Menezes, nesta quinta-feira.

"Estamos vendo retomada da competição um pouco mais forte por preço, mas crescimento de base (de alunos) de dois dígitos, conforme vimos em anos anteriores", disse Menezes em conferência com analistas após a publicação de resultado do quarto trimestre da companhia na noite da véspera.

No ensino presencial, a companhia avisou sobre uma captação de alunos no primeiro semestre mais fraca que em 2022, mas segundo o presidente da Yduqs isso "não preocupa" pois o crescimento obtido no ano passado foi muito forte. Além disso, afirmou, os valores de mensalidades cobrados destes alunos captados no ano passado são mais elevados, o que deve ajudar a empresa a obter receita maior no primeiro semestre na comparação anual.

"Provavelmente a receita do (ensino) presencial do primeiro trimestre como um todo vai ter variação de um dígito percentual baixo versus o ano anterior", disse Menezes.

As ações da Yduqs reduziam queda mais intensa vista mais cedo e exibiam oscilação negativa de 0,14% às 11h41, enquanto o Ibovespa cedia 0,16%.

Analistas da XP liderados por Rafael Barros mencionaram em nota a clientes que os resultados da Yduqs no quarto trimestre, que mostraram crescimento de quase 27% no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) sobre um ano antes, e expansão de quatro pontos na margem, para 23,3%, vieram "neutros".

Mas, segundo eles, a perspectiva de curto prazo divulgada pela companhia, que inclui redução de investimento este ano, estabilidade em provisões para calotes e demanda do ensino a distância semelhante a níveis anteriores à pandemia, "aponta para uma possível recuperação em 2023", o que pode incentivar as ações da empresa.

De acordo com o presidente da Yduqs - grupo que detém marcas como Ibmec, Damásio e QConcursos -, a companhia reduziu nos últimos anos sua capacidade no ensino presencial de 120 para 87 campi e hoje "temos uma situação bastante mais confortável, com campi com capacidade ociosa para absorver eventual retomada de demanda".

Essa redução na capacidade permite à empresa "trabalhar preço de maneira mais forte", disse Menezes sobre o valor dos cursos presenciais, mas parte importante do crescimento da operação ainda depende de uma melhora na economia. "Muitos alunos estão adiando planos (de estudo), segundo nossas pesquisas", comentou.

No ensino premium, que inclui Ibmec e custos de medicina, o presidente da Yduqs comentou que a companhia "quase fez uma aquisição em abril do ano passado", mas acabou desistindo do negócio diante da alta dos juros da economia. "Era hora de ter muita disciplina de caixa, com uma taxa de juros como a que vivemos não fazia sentido", disse o executivo sem citar o alvo da negociação.

Já no ensino a distância, Menezes se mostrou mais otimista, citando que não está ocorrendo uma saturação do mercado pela grande parcela de população com ensino médio que ainda não ingressou no ensino superior. Em 2022, a base total de graduação da companhia no segmento recuou 0,7%, para cerca de 430 mil.

"Estamos vendo um comportamento da demanda muito parecido com níveis pré-pandemia, em termos de mercado vindo", disse Menezes sobre o ensino EAD.

(Por Alberto Alerigi Jr.)