Presidente da Câmara dos EUA pede apoio ao acordo para teto da dívida antes de votação
Por Moira Warburton e David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - O presidente do Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Kevin McCarthy, pediu nesta terça-feira aos membros de seu partido que apoiem um acordo bipartidário para elevar o teto da dívida de 31,4 trilhões de dólares do país, e um importante linha-dura do partido disse que provavelmente apoiará a medida em uma crucial votação.
O Comitê de Regras da Câmara dos Deputados dos EUA deve votar ainda nesta terça-feira a possibilidade de fazer avançar o projeto de lei de 99 páginas para votação na casa, que é controlada pelos republicanos. Se a Câmara aprovar, o projeto segue para o Senado, controlado pelos democratas.
Tanto o presidente democrata Joe Biden quanto o presidente da Câmara republicano McCarthy previram que obterão votos suficientes para aprová-lo antes de 5 de junho, quando o Departamento do Tesouro dos EUA diz que não terá dinheiro suficiente para cobrir suas obrigações.
McCarthy chamou o projeto de lei de o "acordo mais conservador que já tivemos".
Nem toda a sua ala política concorda, e ele enfrentou um desafio direto na terça-feira de dois dos três republicanos radicais que adicionou ao Comitê de Regras de 13 membros em janeiro, como condição para conquistar o martelo de presidente da Câmara.
Mas o terceiro, o deputado Thomas Massie, disse que provavelmente aprovaria a medida, o que permitiria a aprovação do comitê com maioria republicana.
"Antecipo a votação da regra", disse Massie, referindo-se à medida que o comitê deve aprovar para abrir caminho para votação no plenário da Câmara.
Os representantes republicanos radicais Chip Roy e Ralph Norman disseram anteriormente que podem votar contra, caso o texto não seja alterado a seu gosto.
O projeto de lei tem o objetivo de suspender o limite da dívida dos EUA até 1º de janeiro de 2025, permitindo que Biden e os parlamentares deixassem de lado a questão politicamente arriscada até depois da eleição presidencial de novembro de 2024.
A legislação também limitaria alguns gastos do governo nos próximos dois anos, aceleraria o processo de licenciamento de alguns projetos de energia, recuperaria verbas não utilizadas para a Covid-19 e introduziria requisitos de trabalho para programas de ajuda alimentar para alguns norte-americanos pobres.
Em outra vitória para os republicanos, retiraria parte do financiamento do Serviço de Receita Federal (IRS), embora a Casa Branca diga que isso não deve prejudicar a fiscalização tributária.
Biden também pode apontar algumas vitórias. O acordo deixa seus projetos de infraestrutura e leis de energia verde praticamente intactas, e os cortes de gastos e requisitos de trabalho são muito menores do que os republicanos esperavam.
Os republicanos argumentaram que cortes drásticos de gastos são necessários para conter o crescimento da dívida nacional, que em 31,4 trilhões de dólares é aproximadamente igual à produção anual da economia.
(Reportagem de Moira Warburton, David Morgan, Richard Cowan, Steve Holland e Gram Slattery em Washington)
((Tradução Redação São Paulo))
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