Dino diz que modelo de segurança dos Três Poderes está errado e reitera defesa de Guarda Nacional
(Reuters) - O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse nesta terça-feira que o modelo de segurança da cúpula dos Três Poderes está errado e defendeu a criação de uma Guarda Nacional para ser responsável pela segurança de Executivo, Legislativo e Judiciário.
Em entrevista à GloboNews, o ministro da Justiça afirmou não ver um risco imediato de uma repetição dos ataques de 8 de janeiro, quando vândalos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro inconformados com sua derrota eleitoral invadiram e depredaram o Palácio do Planalto e os prédios do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).
"No futuro imediato não vejo tal risco (de repetição do 8 de janeiro) por uma série de razões, inclusive porque essa minoria golpista nas Forças Armadas foi contida, foi derrotada objetivamente", afirmou o ministro.
No entanto, ele avaliou que o modelo em que a Polícia Militar do Distrito Federal fica responsável pela seguranças na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes não é o mais adequado.
"O modelo atual está errado. Qual o modelo atual que vigi há algumas décadas: nós temos uma polícia no Distrito Federal que é, entre aspas, contratada pelo governo federal para fazer a segurança dos Poderes da República, é como se fosse uma terceirização", afirmou.
"Me parece que nós temos que olhar experiências internacionais, tenho insistido nisso e vou continuar a insistir. Às vezes os temas aparecem e refluem até que a conjuntura política mais adequada se coloque adiante, a pauta está muito sobrecarregada, há muito conflito. A proposta da Guarda Nacional está de pé, eu defendo, a Guarda Nacional me parece o modelo mais justo, mais correto", acrescentou.
Dino aventou a possibilidade de criação de uma Guarda Nacional após os ataques de 8 de janeiro, mas desde então o assunto perdeu força em meio a outros desafios enfrentados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo)
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