Itaú eleva com força projeção de crescimento do PIB e vê inflação mais baixa
SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú elevou acentuadamente nesta terça-feira sua projeção para a expansão da atividade econômica do Brasil neste ano, em linha com o maior otimismo de outras instituições financeiras, e revisou para baixo seus prognósticos para a inflação ao consumidor, prevendo ainda a antecipação de um afrouxamento "gradual" da política monetária.
O banco privado espera agora que o crescimento do PIB em 2023 seja de 2,3%, quase 1 ponto percentual acima da taxa de 1,4% esperada antes, "diante do crescimento acima do esperado no primeiro trimestre e da expectativa de que, a despeito dos efeitos do aperto monetário, o consumo vai se manter sustentado pela renda nos próximos trimestres", segundo relatório.
Dados do IBGE mostraram no início deste mês que a economia brasileira voltou a crescer no primeiro trimestre de 2023 e superou as expectativas com o melhor resultado para a atividade desde o final de 2020, refletindo o desempenho mais forte do setor agrícola em quase três décadas.
Na esteira dos dados, muitas outras instituições revisaram para cima suas projeções oficiais para o PIB do ano inteiro.
Para 2024, o Itaú também aumentou sua expectativa para o crescimento econômico, de 1,0% para 1,5%.
No que diz respeito à inflação, o Itaú revisou para baixo a expectativa de alta do IPCA em 2023 a 5,3%, de 5,8% antes, "incorporando preços mais baixos de produtos comercializáveis e corte de 5% nos preços da gasolina na refinaria".
Para 2024, o banco ajustou ligeiramente a projeção de inflação a 4,4%, de 4,5%.
"Esperamos que a redução das pressões inflacionárias e uma decisão prudente sobre o regime de metas para a inflação permitirão que o Copom antecipe o ciclo de flexibilização, com corte de 0,25 p.p., em setembro, e dois cortes de 0,50 p.p. nas reuniões de novembro e dezembro, o que levaria a taxa Selic a 12,50% ao final de 2023", estimou o Itaú no relatório, acrescentando que "a eventual flexibilização da política monetária deveria ocorrer de forma gradual".
"O ajuste fiscal ainda é desafiador e a política monetária nos países desenvolvidos continua avançando em território contracionista. Esses fatores demandam cautela com as projeções de inflação de médio prazo e recomendam uma condução parcimonioso da distensão monetária", disse o banco.
Para 2024, o Itaú manteve previsão de Selic de 10%, diante de uma desinflação lenta dos preços de serviços.
A taxa básica de juros está atualmente em 13,75%.
(Por Luana Maria Benedito)
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