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Ações da Siemens Energy afundam e perda de valor de mercado chega a US$8 bi

26/06/2023 12h15

Por Christoph Steitz

FRANKFURT (Reuters) - As ações da Siemens Energy estão em queda pela segunda sessão consecutiva nesta segunda-feira, afetadas por uma série de cortes de preço-alvo e rebaixamentos de recomendações de analistas, na esteira de problemas maiores do que o esperado surgidos na semana passada em sua divisão de turbinas eólicas.

As ações caíam mais de 2% às 12h (horário de Brasília), após recuarem mais de 3% mais cedo, elevando a perda de valor de mercado para 7,4 bilhões de euros (8,1 bilhões de dólares) desde que o grupo abandonou sua expectativa de lucro na noite de quinta-feira passada.

"Agora estamos esperando os resultados completos da análise antes de tirar mais conclusões", disse um porta-voz da empresa em resposta a uma pergunta da Reuters.

Na semana passada, a Siemens Energy alertou que os problemas de qualidade em sua unidade de turbinas eólicas levariam anos para serem corrigidos, em um trabalho que poderia custar mais de 1 bilhão de euros para consertar falhas nas pás do rotor e rolamentos.

A extensão dos problemas ainda é incerta, e a empresa disse que só seria capaz de fornecer uma imagem mais clara em agosto.

A Siemens Energy é um spin-off do conglomerado Siemens para tecnologias em energia e controla a Siemens Gamesa, tradicional fornecedora de turbinas eólicas em todo o mundo.

No Brasil, a empresa é uma fornecedora da indústria eólica e também de outros projetos em energia, como renovação de linhas de transmissão.

Neste ano, a Siemens Gamesa anunciou a hibernação temporária de sua fábrica em Camaçari, como medida específica para ajustar sua estrutura de produção e atender às demandas atuais do mercado no Brasil.

Os problemas podem repercutir na fabricante brasileira de pás eólicas Aeris, que possui contratos com a multinacional que chegam a 15% de seu volume de produção, avaliaram analistas do BTG Pactual.

"Embora a Aeris tenha proteção contratual take-or-pay, esperamos que o mercado levará em consideração a situação incerta da Siemens, que pode enfraquecer futuros volumes", escreveram os analistas Lucas Marquiori e Fernanda Recchia.

A equipe do banco avaliou ainda que a situação da Siemens Energy traz novos sinais de alerta à indústria eólica, que vem sofrendo com inflação significativa nos preços das matérias-primas; aumento de inspeções em turbinas, levando a gargalos de produção; e "hibernação" de fabricantes como a GE Renewables, que deixou de produzir turbinas eólicas no Brasil.

(Reportagem de Christoph Steitz, com reportagem adicional de Letícia Fucuchima)