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Relator de reforma tributária adianta que Senado deve mudar texto aprovado pela Câmara

Vista do plenário da Câmara dos Deputados antes do início da votação do texto da reforma tributária, em Brasília Imagem: 6.jul.2023 - Cláudio Reis/Estadão Conteúdo

Maria Carolina Marcello;

09/08/2023 18h43

O relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), antecipou nesta quarta-feira que a Casa deve promover mudanças no texto aprovado pela Câmara dos Deputados e, na intenção de cumprir o cronograma de votação até o fim de outubro, pretende divulgar um plano de trabalho na próxima quarta-feira.

"Alterações sim. Já conversamos sobre vários temas que serão objeto de emendas e debates aqui no Senado, como o Conselho Federativo e o Fundo de Desenvolvimento Regional", adiantou, em texto divulgado por sua assessoria de imprensa.

O relator também afirmou que levará em conta Propostas de Emendas à Constituição (PEC) em tramitação no Senado sobre o tema a serem apensadas ao texto principal da reforma.

"Estaremos trabalhando em um relatório que irá fazer a união desses conceitos em torno da reforma tributária", afirmou.

Braga já iniciou tratativas com segmentos abrangidos pela reforma, com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Comissão de Constituição e Justiça da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), além de alguns governadores.

Tema que se arrasta há décadas no Congresso Nacional, a reforma tributária foi aprovada em dois turnos pela Câmara em meados de julho, pouco antes do recesso branco do Parlamento.

Agora, a proposta tem um caminho a percorrer no Senado, onde governadores e setores econômicos tendem a ter mais poder de influência, e pode ser modificada. Braga disse que pretende fazer uma sessão plenária temática com os 27 governadores para discutir a reforma.

Robusto

O senador informou sua intenção de disponibilizar na página oficial da CCJ o estudo entregue pessoalmente pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad com estimativas dos impactos do texto aprovado pela Câmara.

Na véspera, Haddad afirmou que a pasta havia finalizado um primeiro estudo "robusto" com os números da proposta aprovada pela Câmara, com estimativas do efeito de cada item de exceção na alíquota padrão do imposto a ser cobrado após a reforma. Segundo ele, o texto aprovado pelos deputados era o "melhor possível", mas será "limado" agora.

O ministério informou que a alíquota-padrão do imposto sobre consumo a ser cobrado após a entrada em vigor da reforma tributária seria de 27% em cenário conservador, caso sejam mantidos todos os tratamentos favorecidos aprovados pela Câmara dos Deputados, acima do percentual de 25% que vinha sendo tratado como possível pelo ministro da Fazenda.

A proposta que tramita no Congresso não define a alíquota do novo imposto, a ser estabelecida em regulamentação futura por meio de lei complementar.

Exceções

A reforma aprovada pelos deputados estabelece a simplificação tributária — cinco tributos foram substituídos por um IVA dual não cumulativo —, e também a previsão de imposto seletivo para produtos prejudiciais à saúde e um grupo de bens e produtos favorecidos, incluindo do agronegócio entre eles. Determina ainda uma alíquota zero para produtos da cesta básica nacional e estímulos ao setor de turismo.

No caso dos favorecidos, fica estabelecida uma redução da alíquota do imposto único a ser cobrado de bens e produtos de setores como agronegócio, saúde, educação e transporte. A alíquota para os regimes favorecidos corresponderá a 40% do valor cobrado dos produtos em geral.

Acordo fechado com governadores durante a votação da proposta na Câmara conferiu ao texto mais governança e transparência ao Conselho Federativo, entidade que ficará responsável pela administração dos recursos do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e vinha provocando resistências entre os chefes dos Executivos estaduais.

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