Ford anuncia acordo com governo da Bahia para Estado ficar com fábrica em Camaçari
SÃO PAULO (Reuters) -A Ford anunciou nesta sexta-feira que fez um acordo com o governo da Bahia para que o Estado assuma a propriedade do complexo fabril fechado pela companhia em 2021 em Camaçari, segundo comunicado da montadora à imprensa.
A área é alvo do interesse da fabricante chinesa de veículos elétricos BYD, que desde pelo menos meados do ano passado vinha tentando um acordo com a montadora norte-americana e o governo baiano para adquirir a unidade.
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Procurada, a BYD disse, em nota, que "segue com o planejamento de investir na unidade industrial de Camaçari, mantendo as negociações necessárias com o governo da Bahia". Não estava imediatamente claro se a unidade industrial citada pela empresa envolve a área da Ford.
O governo da Bahia não tinha representantes disponíveis para se manifestar.
Segundo a Ford, o processo de reversão de propriedade de fábrica em Camaçari para o Estado da Bahia prevê "posterior indenização para empresa em valores compatíveis com o mercado". A empresa não informou detalhes.
"O acordo tem a finalidade de simplificar e agilizar o processo de transição de propriedade da fábrica, contribuindo para geração de valor ao Estado e à comunidade baiana", afirmou a Ford no comunicado.
Em outubro passado, a BYD e o governo da Bahia assinaram um memorando de entendimento para um investimento de 3 bilhões de reais. A expectativa era de que o acordo fosse concluído até dezembro do mesmo ano, mas as negociações com o grupo norte-americano não evoluíram para um acordo até aquela época.
Fabricante de carros, caminhões e ônibus elétricos, além de baterias para outras montadoras e produtos como módulos fotovoltaicos, a BYD hoje disputa com a norte-americana Tesla a liderança global na produção de carros elétricos.
A BYD disse que com o investimento de 3 bilhões de reais serão instaladas três fábricas, sendo uma para produção de automóveis elétricos e híbridos, uma segunda para fabricação de caminhões elétricos e chassis para ônibus e outra voltada ao processamento de células de lítio e ferro fosfato.
(Por Alberto Alerigi Jr.Edição de Pedro Fonseca e Alexandre Caverni)