Brasil quer emitir US$2 bi em títulos ESG em setembro, diz secretário da Fazenda
BRASÍLIA (Reuters) - O Brasil deve emitir cerca de 2 bilhões de dólares em títulos soberanos sustentáveis em setembro, disse o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Dario Durigan, nesta quinta-feira.
"Já no mês que vem a gente vai ter o mundo olhando e adquirindo os nossos títulos sustentáveis", disse Durigan durante reunião do comitê gestor do Fundo Clima.
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Ele enfatizou que os títulos serão lastreados em projetos ambientais e sociais.
"Expectativa que a gente tem no Tesouro Nacional é que a gente faça uma emissão e uma arrecadação de algo em torno de 2 bilhões de dólares, é algo muito relevante", afirmou o secretário, ressaltando que os recursos poderão servir de base de financiamento para o plano de Transição Ecológica do governo.
Segundo Durigan, na reunião desta quinta-feira do Conselho Monetário Nacional -- composto pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central -- o governo dará luz verde à emissão dos primeiros títulos soberanos sustentáveis do país.
Além disso, o CMN definirá os termos financeiros que regerão as operações do Fundo Clima, acrescentou.
Em entrevista à Reuters na semana passada, Rafael Dubeux, que está coordenando esforços no plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda, revelou que a alocação inicial dos títulos soberanos sustentáveis do Brasil beneficiará principalmente o Fundo Clima, sob a supervisão do banco estatal de desenvolvimento BNDES, visando financiar ações para redução efetiva de emissões.
Os títulos fazem parte do esforço do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para restaurar a reputação ambiental do Brasil, com um plano ecológico abrangente que inclui o estabelecimento de um mercado regulamentado de créditos de carbono.
Durigan disse, ainda, que John Graham, CEO do fundo de pensão canadense CPP Investments, foi apresentado ao plano de transição ecológica em reunião na quarta-feira e disse estar determinado a aumentar o percentual de investimentos no Brasil.
O CPP Investments não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
(Reportagem de Marcela Ayres)