Ibovespa fecha com queda marginal em dia cheio de balanços
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda marginal nesta quinta-feira, após ultrapassar os 120 mil pontos na máxima, o que não acontecia desde agosto, em dia marcado por uma bateria de balanços corporativos, com as ações de Minerva, Casas Bahia e Banco do Brasil entre os destaques de baixa após divulgarem seus resultados.
O penúltimo pregão da semana também foi marcado pela disparada dos papéis da Braskem após nova proposta pelo controle da companhia, assim como alta de Petrobras, que encontrou apoio no avanço do petróleo para se recuperar após três quedas seguidas, tendo no radar ainda o balanço trimestral.
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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,12%, a 119.034,14 pontos. Na máxima, chegou a 120.256,62 pontos. Na mínima do dia, chegou a 118.445,86 pontos. O volume financeiro somou 25,1 bilhões de reais.
Em Wall Street, as ações fecharam em baixa, interrompendo as mais longas sequências de ganhos dos índices Nasdaq e do S&P 500 em dois anos, com os rendimentos dos Treasuries em alta após um leilão decepcionante de títulos de 30 anos e comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.
Na cena brasileira, a aprovação pelo plenário do Senado da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária que prevê a unificação de tributos e uma "trava" para o crescimento da carga, entre outros pontos, foi bem recebida, embora com certa cautela.
"A aprovação é uma boa notícia, pois a reforma reduz a complexidade do sistema tributário brasileiro", afirmou a equipe da XP Investimento, ponderando, contudo, que os efeitos positivos tendem a ser diluídos por condições especiais dadas pelos legisladores a múltiplos setores da economia.
O texto agora volta agora para a Câmara dos Deputados, após ser modificada pelos senadores.
Investidores ainda aguardam uma nova bateria de balanços nesta quinta-feira, entre eles o de Petrobras, Bradesco, B3, Cemig, Lojas Renner, Rumo, Sabesp, Cyrela e Eztec.
DESTAQUES
- BRASKEM PNA disparou 15,63%, a 19,98 reais, após o grupo petrolífero Adnoc, de Abu Dhabi, fazer uma nova oferta não vinculante, no valor de 10,5 bilhões de reais, pela participação que a Novonor tem petroquímica, que equivale a 37,29 reais por ação. A Braskem também reportou balanço com prejuízo líquido de 2,4 bilhões de reais e salto no endividamento. Na máxima do dia, a ação chegou a 21,26 reais.
- PETROBRAS PN avançou 2,08%, a 34,88 reais, buscando apoio na alta do petróleo no exterior para se recuperar após fechar em baixa nos últimos três pregões. A companhia reporta seu resultado trimestral após o fechamento do mercado.
- VALE ON subiu 0,48%, a 70,47 reais, beneficiada pela alta dos futuros do minério de ferro na China. O contrato da commodity mais negociado na Dalian Commodity Exchange (DCE) encerrou as negociações diurnas em alta de 1,79%, a 939 iuans (128,89 dólares) a tonelada, maior valor desde junho de 2022.
- BANCO DO BRASIL ON fechou em baixa de 4,18%, a 49,51 reais, tendo de pano de fundo alta de 4,5% no lucro líquido ajustado do terceiro trimestre, para 8,79 bilhões de reais, com elevação da carteira de crédito, mas impacto negativo de provisão adicional ao caso Americanas. O retorno sobre o patrimônio líquido ficou em 21,3% no trimestre, queda de 0,6 ponto percentual contra um ano antes.
- GRUPO SOMA ON saltou 6,54%, a 6,19 reais, em meio à repercussão do resultado do terceiro trimestre da varejista de moda, que mostrou lucro líquido ajustado de 96,1 milhões de reais, queda de 6,7% na base anual. A receita líquida subiu 5% e as vendas mesmas lojas tiveram elevação de 3,7%. LOJAS RENNER ON, que reporta seus dados após o fechamento do mercado, subiu 0,74%.
- MRV&CO ON encerrou com acréscimo de 2,48%, a 9,52 reais, apesar do prejuízo líquido atribuído aos controladores de 136,5 milhões de reais no terceiro trimestre, contra lucro de 1,58 milhão de reais no mesmo período em 2022. Após nova queima de caixa no período, o CFO da construtora afirmou que a expectativa da empresa é de geração de caixa no quarto trimestre.
- COGNA ON valorizou-se 3,82%, a 2,72 reais, após divulgar que encerrou o terceiro trimestre com prejuízo líquido ajustado de 44 milhões de reais, em desempenho ainda pressionado pelo resultado financeiro, mas menor do que o esperado por analistas, em perfomance marcada por expansão de receitas, margem operacional e captação de alunos.
- ALPARGATAS PN fechou em alta de 2,63%, a 8,99 reais, mesmo com o balanço do terceiro trimestre mostrando queda de 18% na receita líquida consolidada ano a ano, com o resultado operacional medido pelo Ebitda normalizado caindo 58,2% na mesma comparação, para 76,9 milhões de reais no período. O lucro líquido normalizado somou 4,6 milhões de reais, tombo de 90% ano a ano.
- MINERVA ON desabou 13,45%, a 6,82 reais, tendo no radar balanço do terceiro trimestre, com queda de 11,5% no resultado operacional medido pelo Ebitda, em meio a declínio de receitas da produtora de carne. A dívida líquida em relação ao Ebitda aumentou para 2,8 vezes.
- CASAS BAHIA ON despencou 12,28%, a 0,50 real, após a varejista divulgar prejuízo líquido de 836 milhões de reais no terceiro trimestre, perda 311,8% maior do que a registrada um ano antes, com queda de vendas e impactos de sua nova estratégia de negócios. Até a véspera, os papéis acumulavam alta de 26,7% em novembro. MAGAZINE LUIZA ON caiu -3,93%.
- HAPVIDA ON encerrou em alta de 3,48%, a 4,46 reais. A administradora de serviços de saúde teve queda de 61,5% no lucro líquido ajustado no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano anterior, mas a receita líquida consolidada avançou quase 9%. A sinistralidade caixa ficou em 71,9% no período, contra 73% um ano antes e 73,9% no segundo trimestre deste ano.
- AERIS ON, que não faz parte do Ibovespa, caiu 10,75%, a 0,83 real, após a fabricante de equipamentos para geração de energia pedir registro para uma oferta de ações, buscando captar cerca de 400 milhões de reais. A operação pode ser subscrita integralmente pelo BTG Pactual.
(Por Paula Arend Laier)