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Plano da Petrobras deve incluir projetos em análise e elevar total a US$100 bi, diz fonte

10/11/2023 11h03

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - O primeiro Plano Estratégico (PE) da Petrobras sob o governo Lula, ainda em elaboração, deverá passar a incluir a publicação de investimentos em análise, além dos projetos firmes, o que elevaria o total para um montante em cinco anos de cerca de 100 bilhões de dólares, afirmou à Reuters nesta sexta-feira uma fonte a par das discussões.

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A conclusão do planejamento para o período 2024-2028, assim como a sua aprovação em instâncias internas, ocorrerá ao longo das próximas semanas, com previsão de publicação no fim deste mês.

A inclusão de carteira de projetos em análise no plano materializa números antes não incluídos pela empresa. Considerando apenas investimentos firmes, a perspectiva atual é que os aportes do PE possam crescer 10%, para cerca de 86 bilhões de dólares, segundo a fonte, que falou na condição de anonimato.

No plano anterior, para o período 2023-2027, a Petrobras projetou 78 bilhões de dólares.

Os valores ainda estão em aprovação e podem sofrer alterações. O investimento em análise deve incluir diversos projetos ligados à transição energética. Procurada, a Petrobras não comentou o tema imediatamente.

O objetivo é elevar a transparência da companhia, que passou os governos anteriores focada em venda de ativos e sem importantes e novos projetos fora do segmento de petróleo e gás natural, acrescentou a fonte.

O presidente da companhia, Jean Paul Prates, falou em agosto à Reuters que a companhia não teria pressa para bater o martelo sobre o incremento de projetos renováveis em seu portfólio e que deveria ter mais definições sobre empreendimentos que visam a transição energética entre o fim deste ano e o primeiro semestre de 2024.

Em junho, a empresa decidiu que aportará em projetos de energias renováveis e em descarbonização entre 6% e 15% do investimento total de seu Plano Estratégico 2024-2028, contra 6% no planejamento quinquenal atual.

Segundo a fonte, atualmente a perspectiva da gestão é que possa atingir cerca de 12% no horizonte de cinco anos.

DESEMPENHO TRIMESTRAL

A companhia publicou na véspera um lucro líquido de 26,63 bilhões de reais no terceiro trimestre, queda de 42,2% na comparação com o mesmo período do ano passado, diante de um recuo nos preços globais do petróleo e também pela redução das margens dos derivados no mercado internacional.

O petróleo Brent, referência internacional, caiu 14% no terceiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 86,76 dólares por barril, mostrou a companhia.

Mas, ao publicar os dados trimestrais, a empresa frisou que a queda dos preços do petróleo e das margens dos derivados "afetaram não só a Petrobras, mas a indústria de óleo, gás e derivados como um todo".

De toda forma, a petroleira destacou que apresentou menores perdas de fluxo de caixa operacional (FCO) e livre (FCL) na comparação com as empresas pares internacionais.

Segundo cálculos da companhia em dólar, enquanto na média as empresas globais de petróleo ("majors") da indústria apresentaram uma redução média de 28% no FCO e 43% no FCL no acumulado dos nove meses em 2023 ante igual período do ano passado, a Petrobras reportou queda de 14% e 25% respectivamente.

Para o cálculo, a Petrobras considerou as petroleiras BP, Chevron, Equinor, Exxon, Shell e TotalEnergies.

Nesta sexta-feira, a petroleira buscará reforçar junto a analistas dados que reforçam o desempenho operacional da companhia ao longo do ano.

Segundo cálculos internos, a Petrobras deu retorno de 75% ao acionista nos primeiros nove meses de 2023, entre valorização da ação e dividendos, contra 8% da media das "majors", disse a fonte.

A companhia teve ainda um Ebitda de 15,6 bilhões de dólares no terceiro trimestre, maior que média das "majors" (13,1 bilhões de dólares), segundo os cálculos. A Petrobras teve ainda um fluxo de caixa livre de 8,4 bilhões de dólares, superior a média das grandes petroleiras, que foi de 6 bilhões de dólares.

Além disso, a empresa reportou o quarto maior fluxo de caixa operacional da história, mesmo com preços de petróleo abaixo dos picos históricos, disse a fonte.

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