Taxa futuras de juros terminam perto da estabilidade em sessão sem a referência dos Treasuries
Por Fabricio de Castro
SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos contratos de DI fecharam a quinta-feira próximas da estabilidade no Brasil, numa sessão marcada pela baixa liquidez em função do feriado nos Estados Unidos e pela ausência de notícias que pudessem influenciar de forma decisiva os negócios.
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O Dia de Ação de Graças nos EUA manteve o mercado de Treasuries fechado, o que deixou o segmento futuro de juros no Brasil sem sua principal referência de negócios.
Na Europa, o índice PMI preliminar da indústria do Reino Unido atingiu 46,7 em novembro, ante 44,8 em outubro, enquanto o mesmo indicador para a área de serviços marcou 50,5 em novembro, ante 49,5 em outubro.
Os números, considerados positivos, impulsionaram as taxas dos títulos do Reino Unido, mas tiveram efeito secundário nos mercados emergentes.
“O Reino Unido teve um PMI um pouco mais forte e a taxa dos títulos está subindo, mas os países emergentes de maneira geral estão com a curva bem tranquila. A curva no Brasil está bem em linha com os emergentes, praticamente no zero a zero”, comentou durante a tarde Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank.
Nas últimas semanas, a tendência mais geral para os DIs (Depósitos Interfinanceiros) foi de fechamento das taxas, em sintonia com o recuo firme dos rendimentos dos Treasuries, em especial os de dez anos. O movimento esteve ligado aos números de inflação e de atividade dos EUA, que elevaram a percepção de que o Federal Reserve pode iniciar o processo de cortes de juros antes do anteriormente esperado.
“Se os próximos números continuarem vindo positivos, mostrando desaceleração da inflação, há espaço para os emergentes continuarem melhorando. A curva pode continuar fechando e o dólar pode continuar caindo”, pontuou Garcia.
Nesta sexta-feira, porém, a tendência é de nova sessão de baixa liquidez no Brasil, com os mercados nos EUA funcionando por tempo limitado.
No fim da tarde desta quinta-feira a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,49%, ante 10,501% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 10,23%, ante 10,226% do ajuste anterior.
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,365%, ante 10,356%, enquanto a taxa para janeiro de 2028 estava em 10,615%, ante 10,591%. O contrato para janeiro de 2031 marcava 10,98%, ante 10,952%.
Perto do fechamento a curva a termo precificava em 97% as chances de o corte da Selic em dezembro ser de 0,50 ponto percentual. Já as chances de corte de 0,75 ponto percentual eram precificadas em 3%.
Pela manhã, durante evento da Associação de Bancos do Estado do Rio de Janeiro, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que o Brasil tem apresentado um crescimento econômico surpreendente e uma inflação benigna, o que poderia ser explicado pelo impulso da área agrícola ao longo do ano e pelo impacto de reformas estruturais recentes que ocorreram no país. Os comentários não fizeram preço.