Conselho da Oi aprova novo plano de recuperação judicial
A Oi anunciou nesta terça-feira que seu conselho de administração aprovou na véspera novo plano de recuperação judicial, com previsão de captação de um empréstimo "superprioritário" em reais equivalente a 650 milhões de dólares e venda de participações em empresas incluindo a empresa de fibra ótica V.tal.
"A companhia continua em intensas negociações, com os credores financeiros e outros credores quirografários, em relação aos termos e condições específicas de um potencial acordo vinculante de suporte à nova versão do plano de recuperação judicial", disse a Oi em fato relevante.
"Portanto, a nova versão do plano de recuperação judicial está ainda sujeita às negociações com credores, em caso de atingimento das condições para um acordo de suporte ao plano", afirmou a empresa.
A proposta aprovada pelo conselho inclui descontos de até 45% na dívida detida aos credores donos de torres de telefonia usadas pela empresa, 60% na detida por operadores de satélite e leilão reverso prevendo desconto mínimo de 90%.
Ao final do processo, segundo a proposta, acionistas atuais da Oi serão 20% do capital da companhia.
A companhia já foi tida como uma "campeã nacional" durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas sucumbiu a uma primeira recuperação judicial em 2016, quando foi forçada a vender ativos que incluíram sua rede de telefonia móvel para as rivais Telefônica Brasil, TIM e Claro. Atualmente a Oi se encontra em seu segundo processo de proteção contra credores.
A Oi divulgou no documento estimativa de que sua operação de fibra ótica, seu principal negócio atualmente, encerrou 2023 com lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) negativo em cerca de 1,3 bilhão de reais o que deverá passar, segundo a empresa, a resultado positivo de 125 milhões em 2028.
A empresa projeta sair de uma base de 4 milhões de casas conectadas com fibra ótica em 2023 para 5,6 milhões em 2028, com a receita com fibra avançando de 4,42 bilhões para 6,4 bilhões de reais no mesmo período.
Em termos consolidados, a empresa previu que a "Nova Oi", sairá de uma receita líquida de 9,6 bilhões de reais em 2023 para faturamento de 9,3 bilhões em 2028, com o Ebitda "reportado" passando de negativos 409 milhões de reais para 1,4 bilhão positivo no mesmo intervalo.
Segundo a Oi, o avanço do Ebitda vai se dar "através de maior escala do negócio de fibra, eliminação gradual do legado e iniciativas de eficiência, além do impacto de iniciativas de redução de custos em todas as unidades de negócios".
Os números, porém, afirmou a empresa, não consideram a venda de ativos estratégicos como a ClientCo (Oi Fibra) e a V.tal.