Ibovespa recua e perde patamar dos 129 mil pontos com preocupações com fiscal
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quinta-feira, perdendo o patamar dos 129 mil pontos, com preocupações em relação ao quadro fiscal doméstico, em meio a desempenho misto nas bolsas dos Estados Unidos.
Por volta de 11h21, o Ibovespa cedia 0,69%, a 128.560,5 pontos, após marcar 129.453,81 pontos na máxima e 128.494,49 pontos na mínima até agora. O volume financeiro somava 4,15 bilhões de reais.
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"O mercado está esperando que o corte de gastos do governo vai ser bem abaixo do esperado e do necessário, que seria na casa de 30 bilhões de reais", afirmou o analista Renato Nobile, da Buena Vista Capital. O governo divulga na segunda-feira seu relatório bimestral de reavaliação de receitas e despesas e deve anunciar um contingenciamento orçamentário para assegurar o cumprimento da meta fiscal no ano.
Na última sessão, o Ibovespa surpreendeu positivamente ao fechar em território positivo, em meio a quedas mais acentuadas nas bolsas norte-americanas, notaram analistas do Itaú BBA.
"O receio por uma realização de lucros é valido nesse momento", disseram no relatório de análise técnica Diário do Grafista nesta quinta-feira.
Para os analistas, no entanto, o Ibovespa segue em tendência de alta a caminho da marca de resistência entre 130.000 e 131.700 pontos, que é uma barreira importante sobre o olhar de médio prazo. "A superação dessa região poderá disparar uma nova onda de otimismo no mercado."
No exterior, o rendimento do título de 10 anos do Tesouro norte-americano marcava 4,171%, de 4,146% na véspera, em dia com divulgação de dados de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA, que aumentaram mais do que o esperado na semana passada.
Os principais índices acionários em Wall Street não seguiam direção única, tendo no radar balanços corporativos.
Investidores estarão monitorando no dia falas de autoridades do Federal Reserve. "Isso vai ser muito importante para a gente entender a trajetória da taxa de juros (norte-americana)", afirmou a estrategista de ações Jennie Li, da XP.
Segundo a analista, o rali recente no índice da bolsa paulista é explicado em parte por maiores apostas em um início do ciclo de corte de juros nos EUA já em setembro.
Na visão do chefe da EQI Research, Luís Moran, o grande gatilho para a bolsa brasileira estará relacionado aos próximos passos do Fed.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN perdia 0,18%, em meio ao declínio dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent era negociado em baixa de 0,5%.
- VALE ON desvalorizava-se 0,31%, em mais um dia de fraqueza nos futuros do minério de ferro, com o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrando as negociações do dia com queda de 0,9%, a 811,5 iuanes (111,86 dólares) a tonelada.
- BRADESCO PN caía 0,94%, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN tinha variação negativa de 0,64%. BANCO DO BRASIL ON recuava 0,26% e BTG PACTUAL UNIT, que anunciou mais cedo a compra da empresa de comércio exterior Sertrading, perdia 1,32%.
- SABESP ON perdia 0,37%, a 82,89 reais, em dia de precificação da oferta de ações da companhia de saneamento do Estado de São Paulo. A Equatorial Energia ofereceu 67 reais por papel da Sabesp para se tornar acionista de referência da companhia, com uma participação de 15% na empresa.
- MAGAZINE LUIZA ON recuava 2,97%. Na véspera, sua controlada Netshoes notificou um "incidente cibernético" que pode ter vazado informações de clientes para terceiros. De acordo com a Netshoes, o evento não envolveu dados "sensíveis" nem afetou as operações da companhia.
(Reportagem de Patricia Vilas Boas)