Dólar sobe em linha com emergentes enquanto investidores aguardam dados

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar subia frente ao real nesta terça-feira, recuperando-se das perdas da véspera, à medida que a divisa norte-americana retoma sua força em uma série de mercados emergentes e investidores voltam suas atenções para a divulgação de dados econômicos dos EUA.

Às 9h37, o dólar à vista subia 0,66%, a 5,6056 reais na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha alta de 0,18%, a 5,586 reais na venda.

Nesta manhã, o dólar avançava sobre moedas emergentes, recuperando-se das perdas da sessão anterior, quando a desistência do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, da disputa presidencial ajudou no apetite por risco no exterior devido à queda nas apostas de vitória do candidato republicano, Donald Trump.

Biden anunciou sua decisão no domingo e declarou apoio a sua vice-presidente, Kamala Harris, como candidata do Partido Democrata.

No entanto, a divisa norte-americana se aproveitava nesta terça-feira de um cenário ruim para países exportadores de commodities. Os contratos futuros de minério de ferro caíram para o nível mais baixo em mais de três meses, à medida que aumentam as perspectivas de demanda fraca na China.

O contrato de setembro do minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China encerrou as negociações do dia com queda de 3,43%, a 774,5 iuanes (106,47 dólares) a tonelada, seu valor mais baixo desde 8 de abril.

A queda nos preços do petróleo também gerava impacto, com o petróleo tipo Brent em Londres recuando 0,7%, a 81,81 dólares por barril, e o petróleo em Nova York caindo 0,77%, a 77,79 dólares por barril.

Com isso, o dólar avançava sobre moedas como o peso mexicano, em alta de 0,6%, o peso chileno, com ganho de 0,6%, e o rand sul-africano, com avanço de 0,9%.

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O índice do dólar -- que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas -- subia 0,12%, a 104,420.

Agentes financeiros também ajustam suas posições na espera da divulgação de dados dos Estados Unidos nesta semana, incluindo o PIB para o segundo trimestre na quinta-feira e o índice PCE -- indicador preferido de inflação do Federal Reserve -- na sexta.

Os mercados globais seguem com a expectativa de que o banco central dos EUA comece um ciclo de afrouxamento monetário em setembro.

No cenário nacional, o mercado ainda reage ao anúncio do governo de um congelamento de 15 bilhões de reais do Orçamento deste ano a fim de cumprir as exigências do arcabouço fiscal.

Na segunda-feira, o Executivo elevou sua projeção para o déficit primário do governo central em 2024 a 28,8 bilhões de reais, exatamente o limite inferior da margem de tolerância da meta de déficit zero.

Também repercutia entrevista do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para agências internacionais na véspera, onde disse que o governo fará congelamento de despesas orçamentárias sempre que necessário.

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"(O presidente Luiz Inácio Lula da Silva) deu uma acalmada no mercado dizendo que quando fosse necessário haveria corte na maquina pública, o que é um bom indício", disse Thiago Avallone, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

No entanto, Lula afirmou que ainda não tem um nome para suceder o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no próximo ano, o que, segundo Avallone, gera uma "apreensão" no mercado.

Na segunda-feira, o dólar à vista encerrou o dia cotado a 5,5687 reais na venda, em baixa de 0,64%.

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