Brasil tem menor taxa de desemprego desde o fim de 2013 no 3º tri

Por Camila Moreira e Rodrigo Viga Gaier

SÃO PAULO/RIO DE JANEIRO (Reuters) - A taxa de desemprego brasileira encerrou o terceiro trimestre no menor nível desde o final de 2013, em um resultado abaixo do esperado que mostra que o mercado de trabalho segue aquecido.

Nos três meses até setembro a taxa de desemprego ficou em 6,4%, de 6,9% no segundo trimestre, e ante os 7,7% vistos no mesmo período do ano passado.

O dado divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou ainda ligeiramente abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de 6,5%.

Essa foi a segunda menor taxa de desemprego na série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012, acima somente dos 6,3% no trimestre encerrado em dezembro de 2013.

"Estamos consolidando uma queda constante e contínua do indicador, e esse terceiro trimestre mostra uma cenário positivo", disse Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE.

Analistas avaliam que a taxa de desemprego no Brasil permanecerá em patamar baixo por algum tempo, o que ajuda a estimular a atividade econômica. Por outro lado, tende a pressionar os preços, principalmente de serviços, o que dificulta o controle da inflação.

Diante disso, o Banco Central vem mostrando preocupação com o cenário inflacionário e os novos dados estarão na mesa durante a reunião de política monetária da autarquia na próxima semana, quando irá definir a taxa básica de juros, atualmente em 10,75%.

Nos três meses até setembro, o número de desempregados caiu para 7,001 milhões, uma queda de 7,2% frente ao segundo trimestre e de 15,8% sobre o mesmo período do ano passado. Foi o menor contingente de desocupados desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

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"A trajetória de queda da desocupação resulta da contínua expansão dos contingentes de trabalhadores que estão sendo demandados por diversas atividades econômicas”", disse Beringuy.

Já o total de ocupados alcançou 103,029 milhões, novo recorde, mostrando alta de 1,2% sobre os três meses até junho e de 3,2% na comparação anual.

Segundo o IBGE, a Indústria e o Comércio foram os grupamentos de atividade que puxaram o aumento da ocupação no trimestre, com altas, respectivamente, de 3,2% e de 1,5% no número de trabalhadores.

Juntos, esses dois grupamentos absorveram 709 mil trabalhadores, na comparação trimestral. No Comércio, a população ocupada foi recorde, chegando a 19,557 milhões de pessoas.

Os trabalhadores com carteira assinada no setor privado cresceram 1,5% na base trimestral, enquanto os que não tinham carteira aumentaram 3,9%, com o contingente total em cada um batendo novos recordes. Os empregados do setor público também chegaram a um recorde, de 12,785 milhões.

“O terceiro trimestre aponta para retenção ou crescimento de ocupados na maioria dos grupamentos de atividades. Em particular, a indústria registrou aumento do emprego com carteira assinada. Já no comércio, embora a carteira assinada também tenha sido incrementada, o crescimento predominante foi por meio do emprego sem carteira”, explicou Beringuy.

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No período, a renda média real das pessoas ocupadas foi de 3.227 reais, uma queda de 0,4% sobre o segundo trimestre, mas alta de 3,7% ante o mesmo período de 2023.

Na véspera, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou que o Brasil abriu 247.818 vagas formais de trabalho em setembro, acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters.

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