Petróleo fecha em queda com alta do dólar após vitória de Trump
Por Georgina McCartney
HOUSTON (Reuters) - Os preços do petróleo caíram nesta quarta-feira, com os investidores avaliando um dólar norte-americano forte contra a possibilidade de que os planos de política externa do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, possam reduzir a oferta global de petróleo.
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Os futuros do petróleo Brent caíram 0,61 dólar, ou 0,81%, a 74,92 dólares por barril. O petróleo West Texas Intermediate (WTI) dos EUA caiu 0,30 dólar ou 0,42%, a 71,69 dólares.
A eleição de Trump desencadeou uma grande liquidação que derrubou os preços do petróleo em mais de 2 dólares por barril durante o início do pregão, enquanto o dólar americano se recuperava, atualmente em seu nível mais alto desde setembro de 2022.
Um dólar mais forte torna as commodities denominadas em moeda norte-americana, como o petróleo, mais caras para detentores de outras moedas e tende a pesar nos preços.
"Toda a empolgação e entusiasmo inicial de vendas diminuíram desde então, e acho que há mais 'upside' do que 'downside' no curto prazo", disse Phil Flynn, analista sênior do Price Futures Group, observando que os investidores nesta quarta-feira olharam mais para a perspectiva de oferta e demanda no curto prazo.
A reeleição de Trump também pode significar a renovação das sanções ao Irã e à Venezuela, retirando barris do mercado, o que seria altista, disse o analista do UBS Giovanni Staunovo.
O Irã é um membro da Opep com produção de cerca de 3,2 milhões de barris por dia, ou 3% da produção global.
No entanto, uma repressão ao Irã pode ser mais difícil, já que o país se tornou hábil em escapar de sanções, disse Alex Hodes, analista de petróleo da corretora StoneX, em uma nota.
O apoio de Trump ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu pode aumentar a instabilidade no Oriente Médio, de acordo com Andrew Lipow, presidente da Lipow Oil Associates.
Isso poderia impulsionar os preços do petróleo, já que os investidores precificam uma potencial interrupção no fornecimento global de petróleo. Espera-se que Trump continue armando Israel.
(Reportagem de Georgina McCartney em Houston, Arunima Kumar em Bengaluru, Katya Golubkova em Tóquio e Emily Chow em Cingapura; reportagem adicional de Alex Lawler em Londres)