MRV&Co reduz prejuízo no 3º tri para R$12,7 milhões
Por Patricia Vilas Boas
SÃO PAULO (Reuters) - O grupo MRV&Co teve prejuízo consolidado de 12,7 milhões de reais no terceiro trimestre, menor que a perda de 136,5 milhões apurada na mesma etapa de 2023, influenciado por efeito negativo de operações financeiras.
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Desconsiderando os impactos extraordinários, o resultado foi um lucro líquido ajustado de 17,3 milhões de reais, reversão do prejuízo de 20,9 milhões de um ano antes.
O ajuste exclui os efeitos de equity swaps (trocas de ações), marcação a mercado das dívidas (atualização do valor das dívidas com base nas condições de mercado), ganhos ou perdas resultantes de swaps de fluxo de caixa (acordos financeiros para troca de pagamentos futuros) e a perda com a venda de um terreno no terceiro trimestre de 2024.
O segmento de incorporação, que inclui a marca homônima MRV e Sensia, teve lucro líquido de 46,1 milhões de reais no período, após prejuízo de 87,6 milhões nos meses de julho a setembro de 2023. Com ajustes, o lucro somou 76,2 milhões de reais, depois de um resultado negativo um ano antes.
No mesmo segmento, a receita líquida totalizou 2,3 bilhões de reais, ajudada por vendas sólidas no período, que somaram 2,75 bilhões, um novo recorde para a divisão, conforme divulgado em seus dados operacionais do mês passado.
Em relatório de resultados nesta quarta-feira, o grupo informou que a MRV teve uma geração de caixa ajustada de 124 milhões de reais no terceiro trimestre, ante consumo de 46,2 milhões de reais no mesmo período do ano passado.
A MRV prevê uma geração de caixa entre 300 e 400 milhões de reais este ano. A companhia precisará de um fluxo de caixa positivo de ao menos 143,5 milhões de reais no quarto trimestre para alcançar a faixa inferior da meta, o que, segundo o diretor financeiro do grupo, Ricardo Paixão, vai acontecer.
"A gente vai superar esse limite do 'guidance' inferior, e talvez até um pouco mais", disse o executivo à Reuters. "O principal foco da companhia é desalavancar... é geração de caixa, o que gerar de caixa vai servir para desalavancagem, e é o que temos trabalhado bastante para poder fazer."
O diretor financeiro também comentou que o novo orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os próximos anos deve contar com uma parcela maior de recursos voltados para imóveis novos, dados os novos critérios para o financiamento de usados. Cerca de 85% das vendas da MRV são de unidades que se enquadram no Minha Casa Minha Vida (MCMV).
Além de sua principal operação, a MRV&Co também detém as unidades Luggo, de locação de imóveis, Urba, de loteamentos urbanos, e a subsidiária norte-americana Resia.
Em termos ajustados, a Luggo apresentou lucro de 991 milhões de reais no terceiro trimestre, enquanto Urba e Resia tiveram prejuízos de, respectivamente, 7,5 milhões e 52,3 milhões de reais no período.