importações da China recuam antes de tarifas de Trump
As exportações da China sofreram uma forte desaceleração e as importações diminuíram inesperadamente em novembro, em um sinal preocupante para a segunda maior economia do mundo, já que o iminente retorno de Donald Trump à Casa Branca traz novos riscos comerciais. O movimento tende a impactar no mercado nacional, já que a China é o principal parceiro comercial do Brasil.
Os números decepcionantes do comércio seguem outros indicadores que mostraram um crescimento irregular em novembro, sugerindo que Pequim precisa fazer mais para sustentar a economia, que provavelmente enfrentará mais desafios no próximo ano. Na pré-abertura da Bolsa dos EUA, as ações da Vale, exportadora de minério de ferro para a China, operam em alta de 0,41%, às 8h38 (horário de Brasília).
As exportações cresceram 6,7% no mês passado, segundo dados da alfândega divulgados nesta terça-feira (10), abaixo da previsão de aumento de 8,5% e da alta de 12,7% registrado em outubro.
O que é mais preocupante para as autoridades é que as importações encolheram 3,9%, seu pior desempenho em nove meses, frustrando as expectativas de um aumento de 0,3% e mantendo vivos os pedidos de mais apoio para sustentar a demanda doméstica.
Nesta segunda-feira (9), os principais líderes prometeram aumentar o estímulo em 2025, mudando a linguagem em torno das políticas monetária e fiscal da China para uma formulação mais expansionista, em uma tentativa de estimular a demanda e atrair os consumidores de volta aos gastos.
"A demanda global não está muito forte e os dados de outros grandes exportadores, como a Coreia do Sul e o Vietnã, também apontam para diferentes níveis de desaceleração", disse Xu Tianchen, economista sênior da Economist Intelligence Unit.
"Os primeiros sinais de antecipação do comércio em relação às tarifas de Trump no próximo ano começaram a surgir, mas o impacto total não será sentido até os próximos meses, especialmente dezembro e janeiro", acrescentou.
O presidente eleito dos EUA, Trump, prometeu impor uma tarifa adicional de 10% sobre os produtos chineses em uma tentativa de forçar Pequim a fazer mais para impedir o tráfico de produtos químicos usados para fabricar fentanil. Anteriormente, ele havia dito que introduziria tarifas superiores a 60%.
Suas ameaças abalaram o complexo industrial da China, que vende mercadorias no valor de mais de US$ 400 bilhões por ano para os EUA. Antes dos aumentos esperados das tarifas, os exportadores correram para transferir seus estoques para os armazéns dos EUA em outubro, antecipando as remessas para novos pedidos assim que a demanda global se recuperasse. O superávit comercial da China cresceu para US$ 97,44 bilhões no mês passado, acima dos US$ 95,72 bilhões em outubro.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.