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Banco Central vende US$ 4 bilhões em dois leilões de linha

Imagem: Raphael Ribeiro/Divulgação BC

Fernando Cardoso;

12/12/2024 10h58

O Banco Central vendeu nesta quinta-feira um total de R$ 4 bilhões em dois leilões com compromisso de recompra realizados durante a manhã, informou a autarquia.

No leilão de linha A, que ocorreu de 10h20 às 10h25 e terá como data de recompra o dia 4 de fevereiro de 2025, o BC aceitou quatro propostas no valor total de 2 bilhões de dólares, a uma taxa de corte de 6,481%.

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No leilão de linha B, realizado de 10h35 às 10h40 e que terá como data de recompra o dia 2 de abril de 2025, o BC aceitou quatro propostas no valor total de 2 bilhões de dólares, a uma taxa de corte de 6,156%.

Ambas as vendas foram realizadas com base na taxa de câmbio da Ptax das 10h, que marcava 5,9036 reais.

Os leilões de linha foram anunciados no início da noite de quarta-feira, no mesmo momento em que o Copom divulgava sua decisão de acelerar o aperto da política monetária. O BC não especificou a motivação das intervenções.

A autarquia costuma realizar leilões de linha nos finais de ano, em especial em dezembro, para atender à demanda por moeda para envio ao exterior. Nesse sentido, a autoridade monetária já havia realizado dois leilões de linha no mês passado, vendendo também um total de US$ 4 bilhões.

Neste mês, no entanto, houve especulação do mercado e pressão de autoridades por mais intervenções após o dólar bater repetidos recordes, ultrapassando o valor de R$ 6 pela primeira vez na história.

A desvalorização da moeda brasileira veio na esteira da reação negativa do mercado ao duplo anúncio pelo governo no fim de novembro de um pacote de medidas de contenção de gastos e de um projeto de reforma do Imposto de Renda.

As medidas fiscais, que preveem uma economia de R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos, foram bem recebidas pelos investidores, mas o anúncio concomitante do projeto que busca expandir a faixa de isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil por mês gerou mal-estar.

O dólar fechou a sessão de segunda-feira em R$ 6,08225 — o maior valor nominal de fechamento da história — e recuou nas duas sessões seguidas.

O diretor de política monetária, Gabriel Galípolo, que assumirá a presidência da autarquia em janeiro, tem reiterado que o BC só atua no mercado cambial em caso de disfuncionalidades, além de exaltar o câmbio flutuante como um dos pilares da matriz econômica do país.

"Efetivamente, a gente vai continuar fazendo atuações só por questões de disfuncionalidades, como essa de você ter uma sazonalidade de final de ano de dividendos que vão para fora e coisas desse tipo", afirmou ele em evento da XP na semana passada.

Em meio à deterioração recente do real, da maior desancoragem das expectativas de inflação e da percepção de superaquecimento da atividade econômica, o Copom elevou a Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano, na quarta-feira, sinalizando mais duas altas da mesma magnitude nas próximas reuniões.

Às 11h23, o dólar à vista caía 0,34%, a R$ 5,9386 na venda.

OUTRAS OPERAÇÕES

Em 30 de agosto, a autarquia realizou leilão de venda à vista de até US$ 1,5 bilhão — neste caso, sem operação de recompra no futuro. Na ocasião, o BC disse que a operação foi motivada por um fluxo atípico.

Em 2 de setembro, o BC realizou operação de venda de contratos de swap cambial, com injeção de US$ 735 milhões. A negociação de swaps tem o efeito equivalente à venda de dólares no mercado futuro.

O BC também tem promovido diariamente operações de rolagem de swaps cambiais que estão para vencer — o que, na prática, tem pouco ou nenhum efeito nas cotações do dia.

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