BC do Japão debateu risco de iene fraco e escopo para mais aumentos de juros na reunião de janeiro, mostra resumo

Por Leika Kihara

TÓQUIO (Reuters) - Autoridades do Banco do Japão discutiram a probabilidade de aumentar ainda mais a taxa de juros, com alguns alertando sobre os riscos de aumento da inflação e os danos que um iene fraco poderia infligir à economia, segundo um resumo de opiniões em sua reunião de janeiro divulgado nesta segunda-feira.

O debate destaca uma chance cada vez maior de que o banco central continue a elevar os custos dos empréstimos em várias etapas, mesmo depois de aumentar a taxa de juros de curto prazo para 0,5% na reunião de 23 e 24 de janeiro - a mais alta para o Japão em 17 anos.

Vários membros da diretoria do Banco do Japão apontaram para um acúmulo de pressão de alta dos preços que poderia levar a uma disparada da inflação, uma vez que o aumento dos custos de importação decorrente de um iene fraco levou mais empresas a aumentarem seus preços, segundo o resumo.

"Com a atividade econômica e os preços permanecendo no caminho certo, os riscos para os preços se tornaram mais inclinados para uma alta", disse um membro, acrescentando que o banco central deve aumentar os juros de forma "oportuna e gradual".

Outro pediu mais aumentos nos juros para evitar novas quedas do iene e um superaquecimento das atividades financeiras, "ambos os quais parecem se dever a expectativas excessivamente altas de afrouxamento monetário contínuo".

"A expectativa é de que as taxas de juros reais permaneçam significativamente negativas", mesmo após o aumento banco central para 0,5%, segundo uma terceira opinião.

"Se a atividade econômica e os preços permanecerem no caminho certo, será necessário continuar a aumentar os juros de acordo, de modo que a faixa negativa das taxas de juros reais diminua", disse o membro.

No entanto, houve poucas indicações no resumo sobre até que ponto o Banco do Japão deve aumentar a taxa de juros.

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Na reunião de janeiro, o banco central elevou sua taxa de curto prazo de 0,25% para 0,5% e revisou para cima suas previsões de preços, ressaltando a confiança de que o aumento dos salários manterá a inflação estável em torno de sua meta de 2%.

(Reportagem de Leika Kihara)

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