Criação de vagas de trabalho nos EUA deve ter sido moderada em janeiro
Por Lucia Mutikani
WASHINGTON (Reuters) - A criação de vagas de trabalho nos Estados Unidos provavelmente desacelerou em janeiro, devido em partes aos incêndios florestais na Califórnia e ao clima frio em grande parte do país, embora não o suficiente para que o Federal Reserve retome os cortes na taxa de juros antes do final do primeiro semestre.
O relatório de emprego do Departamento do Trabalho, que será divulgado nesta sexta-feira, será distorcido por revisões anuais, novos pesos populacionais e atualizações dos fatores de ajuste sazonal, o modelo que o governo usa para eliminar as flutuações sazonais dos dados.
No entanto, economistas esperam que a narrativa do mercado de trabalho saudável permaneça intacta. A previsão é de que a taxa de desemprego seja de 4,1% em meio a demissões historicamente baixas, com os salários aumentando de forma sólida.
A resiliência do mercado de trabalho é a força por trás da expansão econômica e deu ao banco central dos EUA espaço para pausar os cortes nos juros enquanto as autoridades avaliam o impacto das políticas fiscais, comerciais e de imigração do governo do presidente Donald Trump, consideradas pelos economistas como inflacionárias.
"Haverá algum ruído, mas a mensagem geral será a continuidade de um mercado de trabalho relativamente saudável", disse Dan North, economista sênior da Allianz Trade Americas. "Não há motivo para afetaar essa narrativa."
A economia dos EUA provavelmente abriu 170.000 vagas de emprego fora do setor agrícola no mês passado, depois de 256.000 em dezembro, segundo uma pesquisa da Reuters com economistas.
Estima-se que os incêndios florestais em Los Angeles tenham subtraído até 25.000 empregos, com a maior parte do impacto esperado nos serviços de hospedagem e alimentação, bem como no setor de limpeza.
As temperaturas frias e as tempestades de neve que cobriram grandes áreas do país provavelmente interromperam o trabalho em canteiros de obras e afetaram outras partes do setor de lazer e hotelaria, possivelmente cortando outros 15.000 empregos.
(Reportagem de Lucia Mutikani)
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