Suzano tem prejuízo acima do esperado no 4º tri, mas receita e Ebitda ajustado superam expectativas

SÃO PAULO (Reuters) - A Suzano teve prejuízo líquido de R$6,7 bilhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo lucro de R$4,5 bilhões apurado no mesmo período de 2023, conforme balanço financeiro divulgado nesta quarta-feira.

Em comunicado à imprensa, a companhia afirmou que a perda foi ocasionada por impacto contábil da variação cambial na dívida e nas operações de hedge em moeda estrangeira, com eventual efeito caixa somente nos vencimentos futuros.

O prejuízo é bem maior do que a média das expectativas de analistas compiladas pela LSEG, que apontava perda de R$4,9 bilhões no período, embora a receita e o Ebitda ajustado tenham superado a previsão do mercado para o trimestre.

A empresa de papel e celulose reportou lucro antes de juros, impostos depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de quase R$6,5 bilhões nos três meses encerrados em dezembro de 2024, alta de 44% frente à mesma etapa do exercício anterior.

Analistas esperavam, em média, um Ebitda ajustado de R$6,3 bilhões para a Suzano no período, segundo dados da LSEG.

A Suzano atribuiu o desempenho à valorização do dólar norte-americano ante o real e ao maior volume de vendas em celulose e em papel, efeitos compensados em parte por alta no custo do produto vendido (CPV), impacto de paradas programadas, além de maiores custos logísticos e despesas gerais e administrativas.

A receita líquida da companhia cresceu 37% ano a ano, para R$14,2 bilhões, reflexo de um crescimento de 19% nas vendas de celulose, para 3,3 milhões de toneladas, e de 11% nas de papel, para 430.000 toneladas, mostraram os resultados trimestrais.

Segundo informações da LSEG, analistas esperavam uma receita de R$12,9 bilhões para a companhia de papel e celulose nos meses de outubro a dezembro.

De acordo com a Suzano, as vendas de celulose tiveram apoio da elevação dos volumes para a Ásia e América do Norte, enquanto as de papel foram impulsionadas "pela melhora na atividade econômica e uma concentração maior de compras de papel para o programa de livros didáticos do governo federal no período".

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(Reportagem de Patricia Vilas Boas)

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