Ibovespa recua com declínio de commodities pesando em Vale e Petrobras; Totvs avança

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta quinta-feira, pressionado pelo efeito negativo da queda de commodities como o minério de ferro e o petróleo nas blue chips Vale e Petrobras, enquanto Totvs era destaque positivo com alta de mais de 3% após resultado trimestral mostrando aceleração na receita.

Às 11h15, o Ibovespa cedia 0,29%, a 124.014,63 pontos. O volume financeiro somava R$2,6 bilhões.

De acordo com analistas do Itaú BBA, após a queda da véspera, de 1,69%, o Ibovespa jogou um balde de água fria para quem esperava uma possível superação da região de resistência em 127.400 pontos ainda esta semana.

"O fato é que se afastou novamente da resistência", afirmaram no relatório Diário do Grafista, acrescentando que se superar esse nível será possível projetar novos objetivos em 130.900 e 137.469 pontos (máxima histórica). "Mas, por enquanto, a distância aumentou."

Em Wall Street, os futuros acionários adotavam um viés positivo, em meio à análise de dados de inflação ao produtor de janeiro e pedidos semanais de auxílio-desemprego, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos mostravam declínio, com o de 10 anos em 4,5582%.

DESTAQUES

- TOTVS ON avançava 3,36%, após reportar na noite da véspera lucro líquido ajustado de R$237 milhões no quarto trimestre, alta de 42% ano a ano, enquanto o Ebitda ajustado aumentou 37%, para R$354 milhões. Na visão dos analistas Silvio Dória e Caroline Carneiro, do Safra, o resultado da empresa de tecnologia foi positivo, com aceleração no crescimento da receita -- marcando 23 trimestres consecutivos de expansão de dois dígitos -- e melhoria de margens em todos os segmentos. "Nós mantemos nosso "outperform", baseado em uma execução superior, nas oportunidades de expansão de mercado e na proteção contra a inflação", afirmaram em relatório a clientes.

- VALE ON cedia 0,86%, em meio ao declínio dos preços futuros do minério de ferro na China, conforme preocupações com as tarifas dos EUA para o aço e possíveis impostos da Índia superaram os problemas de fornecimento da Austrália Ocidental. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com perda de 1,52%, para 808 iuanes (US$110,87) a tonelada. No setor, CSN ON caía 2,15%, tendo ainda no radar decisão da Moody's de cortar o rating da CSN para "Ba3", de "Ba2" anteriormente, para refletir os fracos indicadores de crédito da empresa nos últimos doze meses e expectativas de que continuarão pressionados nos próximos 12 a 18 meses.

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- PETROBRAS PN recuava 0,5%, na esteira do declínio do petróleo no exterior, onde o barril de Brent era transacionado com queda de 1,28%, a 74,22 dólares. PETROBRAS ON cedia 0,53%.

- BRADESCO PN subia 1,11%, em meio a ajustes após forte queda na véspera (-4,56%). No setor, ITAÚ PN avançava 0,15% e SANTANDER BRASIL UNIT ganhava 0,27%, enquanto BANCO DO BRASIL ON perdia 0,98%.

- COGNA ON cedia 3,7%, no segundo pregão seguido de queda, após uma série de cinco altas que fez o papel do grupo de educação contabilizar um avanço de quase 20% no período e alcançar uma máxima desde julho do ano passado. No setor, YDUQS ON tinha variação negativa de 0,64%.

- MARFRIG ON perdia 2,87%, em sessão negativa para o setor de proteínas, com BRF ON em baixa de 3,11%, JBS ON caindo 2,18% e MINERVA ON com declínio de 0,46%.

- ULTRAPAR ON subia 1,84%, enquanto VIBRA ON ganhava 0,64%. Analistas do BTG Pactual estimam que a margem EBITDA ajustada para a Vibra e a Ipiranga, da Ultrapar, deve ter uma média de R$154/m3 em 2024, marcando um segundo ano consecutivo em que a lucratividade dos operadores incumbentes permanece acima de R$150/m3. "Nós acreditamos que os resultados do quarto trimestre serão outro testemunho de um cenário melhor", afirmaram em relatório a clientes, esperando que a Ipiranga tenha desempenho melhor em razão de estratégias de sourcing/precificação mais eficazes.

- GPA ON caía 2,08%, em sessão de ajustes após cinco altas seguidas, período em que acumulou uma valorização de 12%. No setor, ASSAÍ ON avançava 1,26%, enquanto CARREFOUR BRASIL ON subia 0,69%, ainda embalado pelas análises em torno dos planos do controlador de transformar varejista brasileiro em uma subsidiária integral.

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- VIVARA ON recuava 1,33%, engatando o terceiro pregão seguido de queda desde o anúncio da saída do diretor de Marketing, que adicionou receios sobre a rotatividade na gestão e potenciais impactos na estratégia de crescimento da rede de joalherias. Na terça-feira, o papel encerrou em queda de 2%, mas chegou a perder mais de 4% no pior momento do pregão.

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