Produtores mexicanos de Tequila estão preocupados com ameaça de tarifas dos EUA contra seus negócios
Por Jose Luis Osorio e Sarah Morland
VALLE DE GUADALUPE, Máxico (Reuters) - Com a ameaça de uma taxa de importação de 25% dos Estados Unidos pairando sobre eles, produtores mexicanos de Tequila estão nervosos que puxarão o tapete debaixo de negócios que passaram anos construindo.
Melly Barajas, dona da Azteca Wines And Spirits, uma destilaria que emprega apenas funcionárias mulheres no Estado de Jalisco, afirmou que o seu setor precisa planejar tudo - de contratações sazonais ao fornecimento em massa de ingredientes - com meses de antecedência. Agora, a cadeira de suprimentos está congelada.
“Estamos em compasso de espera e rezando que eles pensem bem e não façam isso”, disse Barajas, falando à Reuters em seu escritório onde exibia bandeiras de Estados Unidos, Canadá e México.
O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou que planeja impor uma tarifa geral de 25% em seus importantes parceiros comerciais, México e Canadá, acusando-os de não fazerem o suficiente para impedir o fluxo de imigrantes e fentanil. Mas ele concordou com uma suspensão de 30 dias em 3 de fevereiro, após os países dizerem que reforçariam as suas fronteiras.
A Tequila - feita com a planta agave e usada em coquetéis, como as margaritas - ganhou popularidade. Em 2023, superou o whiskey como o segundo destilado mais vendido dos Estados Unidos, após a vodka.
Os EUA importaram 3,8 bilhões de dólares de Tequila nos primeiros nove meses de 2024, segundo o Conselho de Destilados dos EUA, um crescimento de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior e mais do que as importações de whiskey, gim, rum, brandy e vodka combinadas.
Como o champanhe francês ou o queijo parmesão italiano, produtos que são chamados tequila ou mezcal precisam ser produzidos no México, então as tarifas elevariam os preços para consumidores norte-americanos.
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