Programa Air Force One pode ser adiado até 2029, diz autoridade
Por Andrea Shalal
WEST PALM BEACH, Flórida (Reuters) - O programa Air Force One pode ser adiado até 2029 ou anos mais tarde, disse um funcionário de alto escalão do governo norte-americano, citando problemas na cadeia de suprimentos e mudanças nos requisitos da aeronave, depois que a Casa Branca enfatizou atrasos no projeto durante o fim de semana.
Os adiamentos são frustrantes, mas não há muito o que possa ser feito para acelerar a entrega, disse a autoridade à Reuters. Segundo o funcionário, a Boeing enfrentou problemas para obter componentes, uma vez que alguns fabricantes fecharam as portas.
Alguns requisitos para a aeronave também mudaram, devido à evolução das ameaças potenciais, disse a autoridade.
A Boeing não fez comentários imediatos sobre o programa, conhecido como VC-25B. A primeira aeronave estava marcada para ser entregue em dezembro de 2024, mas a Boeing adiou sua entrega até pelo menos 2027 ou 2028 -- próximo ao final do segundo mandato de Trump.
Em dezembro, o site Breaking Defense noticiou que o programa de aeronaves presidenciais enfrentou novos atrasos que poderiam adiar a entrega do primeiro jato para 2029 ou mais tarde.
Questionado sobre a reportagem, o funcionário do governo reconheceu os novos atrasos e que a situação poderia se estender "anos além" de 2029.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem estado profundamente envolvido com o programa desde sua campanha presidencial de 2016, obtendo uma promessa do então presidente-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, de limitar o custo do programa a US$4 bilhões. Esses termos contratuais de preço fixo, concluídos em 2018 e questionados por analistas na época, custaram à Boeing mais de US$2 bilhões até o momento.
O envolvimento renovado de Trump pode sinalizar mais problemas para a Boeing. O atual presidente-executivo, Kelly Ortberg, disse que a empresa estava se reunindo com o bilionário Elon Musk, aliado de Trump na redução de custos, para atualizar o avião mais rapidamente, segundo analistas.
"O presidente quer esses aviões mais cedo, então estamos trabalhando com Elon para ver o que podemos fazer para acelerar o cronograma desses programas", disse Ortberg à CNBC em 28 de janeiro.
Líderes da Boeing têm dito que a produção foi desacelerada por problemas na cadeia de suprimentos, altos custos e a complexidade dos aviões, pensados para ser uma Casa Branca aérea.
Trump voltou a abordar o assunto no sábado, quando visitou uma aeronave 747-8 com 12 anos de idade no Aeroporto Internacional de Palm Beach, perto de sua casa de férias na Flórida, para entender melhor a configuração dos dois novos aviões de transporte presidencial.
O modelo 747-8 que Trump visitou era de propriedade do Catar, mas foi reconstruído e agora opera como aeronave fretada.
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