Indicador antecedente de emprego do Brasil registra leve queda em fevereiro, diz FGV

SÃO PAULO (Reuters) - O Indicador Antecedente de Emprego do Brasil recuou ligeiramente em fevereiro, reforçando a tendência de desaceleração do mercado de trabalho no início do ano, de acordo com os dados divulgados nesta quinta-feira pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O IAEmp, que antecipa os rumos do mercado de trabalho no Brasil, caiu 0,2 ponto em fevereiro e foi a 75,9 pontos.

"O resultado de fevereiro do IAEmp reforça a tendência negativa observada nos últimos meses. Os empresários têm se mostrado mais cautelosos com o desempenho setorial nos próximos meses e isso afeta diretamente as decisões sobre contratação", disse em nota Rodolpho Tobler, economista da FGV Ibre.

"Por outro lado, apesar da piora no mês, a queda menos intensa sugere que a desaceleração do mercado de trabalho deve ser mais gradual", completou.

Os componentes do IAEmp mostram que o recuo em fevereiro foi influenciado por queda em quatro dos sete componentes do indicador.

Os destaques negativos foram os indicadores de Tendência dos Negócios tanto no setor de serviços quanto no setor industrial, e de Situação Atual dos Negócios na indústria, todos com baixa de 0,3 ponto.

Já o destaque positivo foi o indicador de Emprego Previsto no setor industrial, que teve alta de 0,7 ponto.

"O cenário macroeconômico restritivo, com juros em alta, inflação pressionando e incerteza sobre o ritmo de crescimento econômico no ano, indica que a trajetória do indicador no curto prazo deve ser diferente com o observado em 2024, com viés mais negativo", afirmou Tobler.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) acelerou o aperto da taxa básica de juros em dezembro do ano passado ao elevar a Selic em 1 ponto percentual naquele mês e novamente em janeiro, para 13,25% ao ano.

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A autarquia já sinalizou que deve realizar uma alta da mesma magnitude na reunião deste mês.

(Por Fernando Cardoso)

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