Bessent diz que economia dos EUA pode desacelerar à medida que se afasta de gastos públicos

WASHINGTON (Reuters) - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, disse nesta sexta-feira que a maior economia do mundo pode desacelerar à medida que se afasta dos gastos públicos em direção a mais gastos privados, chamando isso de um "período de desintoxicação" necessário para alcançar um equilíbrio mais sustentável.

"Veja bem, haverá um ajuste natural à medida que passarmos dos gastos públicos para os gastos privados", disse Bessent na CNBC.

"O mercado e a economia foram fisgados, e nós nos tornamos viciados nesses gastos do governo, e haverá um período de desintoxicação."

Bessent disse que a transição para uma economia impulsionada pelo setor privado talvez não tenha que trazer muita dor, porque as desregulações a serem feitas pelo governo do presidente Donald Trump terão como objetivo desencadear o crescimento do setor privado.

"Teremos uma regulação segura e sólida para fazer com que nosso sistema bancário volte a funcionar", disse Bessent.

"Portanto, os bancos devem gerar empréstimos para empresas privadas. O emprego deve vir de empresas privadas, não do governo, e estou confiante de que, se tivermos as políticas certas, a transição será muito tranquila."

Bessent também disse que acha que algum nível de tarifas será necessário permanentemente, dado o alto nível de desequilíbrios econômicos em todo o mundo e a necessidade de cadeias de suprimentos mais seguras.

Ele reafirmou que não houve mudança na "política de dólar forte" do Tesouro, mas que o governo Trump é contra a manipulação cambial.

Trump está "comprometido com as políticas que levarão a um dólar forte", disse Bessent. "Se trouxermos mais manufatura, se tivermos energia barata, uma boa política tributária, desregulação, acabaremos com um dólar forte. Mas o que é inaceitável é que outros países tentem enfraquecer sua moeda."

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(Por Susan Heavey e David Lawder)

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