Autoridade da Casa Branca espera que PIB dos EUA no 1º tri seja positivo
WASHINGTON (Reuters) - O principal assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett, disse esperar nesta segunda-feira que as incertezas sobre as políticas comerciais do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sejam resolvidas no início de abril e previu que o Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre será positivo.
Em uma entrevista à CNBC, Hassett, que chefia o Conselho Econômico Nacional, disse que há muitas razões para estar otimista em relação à economia dos EUA, apesar de algumas previsões de um resultado negativo do PIB no primeiro trimestre e preocupações com a inflação.
As tarifas de Trump sobre Canadá, China e México já estão tendo o efeito pretendido de trazer a manufatura e os empregos de volta aos EUA, afirmou.
"Há muitos motivos para sermos extremamente otimistas com relação à economia daqui para frente. Mas, com certeza, neste trimestre, há alguns sinais nos dados... que estão relacionados tanto à herança Biden e a alguns efeitos temporais que estão acontecendo antes das tarifas", disse Hassett.
Ele disse que a previsão do Federal Reserve de Atlanta de contração do PIB neste trimestre seria um "fenômeno muito temporário", impulsionado em grande parte por uma tendência histórica de adiamento de investimentos após uma grande eleição.
Essa tendência deve ser resolvida neste mês, e a incerteza tarifária deve ser resolvida em abril, disse ele.
Pesquisas da Reuters com economistas na semana passada mostraram que os riscos para as economias mexicana, canadense e norte-americana estão se acumulando em meio à implementação caótica de tarifas pelos EUA, que tem criado profundas incertezas para empresas.
As pesquisas mostraram que 70 dos 74 economistas entrevistados julgaram que o risco de uma recessão havia aumentado.
Trump impôs tarifas de 25% sobre as importações de Canadá e México na semana passada, embora tenha suspendido a maioria das taxas sobre os vizinhos até 2 de abril, quando planeja revelar um regime global de tarifas recíprocas sobre todos os parceiros comerciais.
Hassett argumentou que os cortes de impostos nos EUA impulsionarão a economia, aumentarão os investimentos e elevarão os salários reais até o segundo trimestre, compensando qualquer efeito negativo das tarifas.
"Apenas seja muito cauteloso... com as conversas sobre recessão", disse ele. "Acho que o que vai acontecer é que o primeiro trimestre vai entrar na categoria positiva e, em seguida, o segundo trimestre vai decolar quando todos perceberem a realidade dos cortes de impostos", disse ele.
Ele observou que o comércio representa apenas "uma fração" da economia dos EUA e, mesmo que haja uma pequena alteração no preço dos produtos importados, espera-se que os salários reais aumentem com o crescimento do emprego no setor de manufatura.
(Por Andrea Shalal e Susan Heavey)
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