BCE deve manter a mente aberta para decidir se continuará cortando os juros ou se fará uma pausa, diz Kazimir
FRANKFURT (Reuters) - Ainda há muitos riscos de alta para a inflação da zona do euro e o Banco Central Europeu tem que permanecer com a mente aberta para decidir se deve prosseguir com os cortes nas taxas de juros ou interrompê-los, disse o presidente do banco central eslovaco, Peter Kazimir, nesta segunda-feira.
O BCE cortou os juros pela sexta vez desde junho na quinta-feira, mas levantou a perspectiva de uma pausa, dada a excepcional incerteza sobre as tarifas dos Estados Unidos, o aumento dos gastos com defesa e a volatilidade dos preços da energia.
"Os riscos de inflação permanecem inclinados para coma", disse Kazimir em um comunicado. "A história nos ensina que as tarifas desaceleram o crescimento e aumentam a inflação - exatamente o que queremos evitar."
Essa complexidade significa que o BCE precisa ser flexível e não se comprometer com uma decisão sem evidências concretas nos dados.
"Essa flexibilidade significa ter a mente aberta e manter todas as opções em aberto, quer decidamos cortar novamente ou fazer uma pausa", acrescentou Kazimir.
O BCE havia previsto anteriormente que a inflação atingiria sua meta de 2% logo após meados de 2025, mas na semana passada revisou suas previsões, vendo-a de volta à meta apenas no primeiro trimestre de 2026.
"Ainda estou procurando por uma confirmação inegável de que a desinflação permanecerá", acrescentou Kazimir. "Agora não é o momento para decisões automáticas ou precipitação."
Investidores veem cerca de 40 pontos-base de cortes nos juros ao longo do resto do ano, o que significa que são esperados mais um ou dois movimentos.
Os mercados veem uma pausa em abril como o resultado mais provável, mas um corte em junho, quando o BCE publicará novas projeções econômicas, está totalmente precificado.
(Reportagem de Balazs Koranyi)
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