Ibovespa recua contaminado por Wall St; Caixa Seguridade perde 3% com follow-on no radar

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa recuava nesta segunda-feira contaminado pelo viés negativo em Wall Street em meio a preocupações sobre tarifas dos Estados Unidos, tendo Caixa Seguridade entre as maiores quedas, com declínio de mais de 3%, após registro de uma bilionária oferta de ações.

Às 11h11, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 1,02%, a 123.753,48 pontos. O volume financeiro somava R$3,29 bilhões.

Na visão da equipe do BB Investimentos, olhando o gráfico diário, o Ibovespa ainda precisa romper novamente a resistência de sua média móvel de 200 dias, atualmente em 127,3 mil pontos, para reingressar no canal de alta de curto prazo, conforme relatório enviado a clientes nesta segunda-feira.

"Essa falta de tendência aponta para uma indefinição no curtíssimo prazo, com acentuada volatilidade, lembrando que as últimas formações gráficas como a da sessão da última sexta foram seguidas por períodos de realização", pontuaram.

Os analistas também pontuaram que, com temporada de resultados do quarto trimestre "neutra até o momento" e com os analistas calibrando marginalmente as expectativas de resultados para 2025, o desempenho de curtíssimo prazo guarda mais relação com a volatilidade da curva de juros no Brasil.

Em Nova York, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, recuava 1,76%, após comentários do presidente Donald Trump no fim de semana alimentarem preocupações de que uma guerra comercial pode desencadear uma desaceleração econômica.

Após o "respiro" no Carnaval, a temporada de resultados no Brasil retoma o fôlego nesta semana, com Azzas 2154, Cogna, SLC Agrícola, Eletrobras, LWSA, CSN, Magazine Luiza, Natura&Co, Prio, entre outros.

A partir desta segunda-feira, o mercado de ações à vista na B3 passa a fechar uma hora mais cedo em razão do início do horário de verão nos EUA. A negociação começa às 10h e acaba às 16h55, com o call de fechamento ocorrendo das 16h55 às 17h. O after-market tem início às 17h30 e termina às 18h.

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DESTAQUES

- CAIXA SEGURIDADE ON recuava 3,38%, após registrar oferta subsequente de ações que incluirá uma venda secundária de papéis detidos pela controladora, a Caixa Econômica Federal. A empresa disse que a oferta consistirá na venda de 82,5 milhões de ações ordinárias -- cerca de R$1,32 bilhão considerando a cotação de fechamento da última sexta-feira -- e será precificada em 19 de março.

- CEMIG PN perdia 3,35%, tendo como pano de fundo amplo relatório do JPMorgan sobre ações de "utilities", no qual cortou a ação de "overweight" para "underweight". Ainda no setor, AUREN ENERGIA ON, que também foi rebaixada a "underweight" pelos analistas do banco, caía 2,48%. Na contramão, ENEVA ON e CPFL ENERGIA ON, que passaram a "overweight", subiam 1,24% e 1,17%, respectivamente.

- VALE ON perdia 1,8%, acompanhando os futuros do minério de ferro na China, em meio a receios com as tarifas dos EUA e a promessa da China de cortar a produção de aço bruto. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) encerrou as negociações do dia com queda de 0,71%, a 769 iuanes (US$105,92) a tonelada. A ação também ficou ex-dividendo a partir desta segunda-feira.

- PETROBRAS PN cedia 1,56%, em dia de queda dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent era negociado a US$69,94, decréscimo de 0,6%. A estatal anunciou na sexta-feira acordo para encerrar litígio com a EIG Energy nos EUA, em que pagará US$283 milhões. O BTG Pactual reiterou compra para os papéis, mas ponderou que dados de investimentos devem aumento ceticismo.

- BRADESCO PN era negociada em baixa de 2,05%, em sessão negativa para bancos. ITAÚ ON caía 0,8%, BANCO DO BRASIL ON perdia 1,35% e SANTANDER BRASIL UNIT declinava 1,62%. O índice do setor financeiro na bolsa recuava 1,6%, pressionado também por B3 ON, em queda de 2,71%.

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