Polícia do Rio destrói "resort do tráfico" em favela do Complexo de Israel
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A polícia do Rio de Janeiro realizou operação nesta terça-feira para demolir um “resort do tráfico“ construído por um dos traficantes mais procurados do Estado dentro de um complexo de favelas na zona norte da capital fluminense.
A estrutura com lago artificial, piscina, academia de musculação, churrasqueira e área de lazer servia de ponto de encontro de traficantes liderados por Álvaro Malaquias, conhecido como "Peixão", um dos criminosos mais perigosos e procurados do Estado, de acordo com a polícia.
Evangélico, "Peixão" comanda o crime organizado no Complexo de Israel e exige que seus aliados pertençam à mesma religião, segundo investigações da polícia fluminense. No alto de uma das favelas do local havia uma enorme estrela de Davi usada como um símbolo do grupo criminoso, que foi retirada na operação desta terça-feira.
"Peixão" tem mais de 50 registros criminais, inclusive por supostamente ordenar a destruição de templos de religião de matrizes africana no Rio, mas segue foragido.
Os agentes da polícia usaram máquinas pesadas para destruir o "resort do tráfico", que foi erguido em uma área de preservação ambiental e teria alterado o curso de um rio da região, segundo uma fonte com conhecimento da operação.
Também foram cumpridos mandados de prisão contra integrantes da organização criminosa liderada por "Peixão", e três suspeitos foram presos, disse a polícia.
“Equipes do Núcleo de Apoio às Operações Especiais (NAOE) realizam a demolição de um local conhecido como "resort do tráfico”, informou a Polícia Militar em comunicado.
Segundo a corporação, os policiais chegaram ao Complexo de Israel de madrugada e entraram em confrontos com os criminosos, que atiram contra uma aeronave das forças de segurança.
A Avenida Brasil, uma das vias expressas mais importantes da cidade, precisou ser interditada. Linhas de ônibus e trens tiveram que interromper temporariamente os serviços por medida de segurança, enquanto escolas e postos de saúde também tiveram o funcionamento afetado pelos conflitos.
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