Wall Street tem forte queda com tarifas de Trump elevando temor de recessão global

Um total de 2,4 trilhões de dólares em valor de mercado de ações foi eliminado das empresas do S&P 500, já que o índice de referência sofreu seu maior declínio percentual em um único dia desde junho de 2020.

O Dow Jones Industrial Average também não teve uma queda diária pior desde junho de 2020, enquanto o Nasdaq Composite registrou seu maior declínio percentual em qualquer dia desde que a pandemia de coronavírus lançou os mercados globais em uma espiral, em março de 2020.

O gatilho foi a tarifa de 10% de Trump sobre a maioria das importações dos EUA e taxas muito mais altas para dezenas de outros países, que ameaçam desencadear uma convulsão econômica global.

Os investidores reduziram posições em ações para refletir a nova realidade econômica, com preocupações sobre como outros países reagiriam às proclamações de Trump da Casa Branca.

A China prometeu retaliação, assim como a União Europeia, que enfrenta uma tarifa de 20%. Coreia do Sul, México, Índia e vários outros parceiros comerciais disseram que vão esperar, enquanto buscam concessões antes que as tarifas alvo entrem em vigor, em 9 de abril.

Mais oscilações são esperadas nos próximos dias: o índice de volatilidade da CBOE, conhecido como um indicador de medo de Wall Street, fechou acima de 30 pontos pela primeira vez desde agosto.

"Ainda há muitas mais perguntas do que respostas por aqui", disse Steven DeSanctis, estrategista de pequenas e médias capitalizações do Jefferies Financial Group.

As ações de tecnologia de alto desempenho, que ajudaram a empurrar os índices de referência para recordes nos últimos anos, sofreram nesta quinta-feira.

A Apple caiu 9,2%, seu pior desempenho em um dia em cinco anos, afetada por uma tarifa agregada de 54% sobre a China, base para grande parte da fabricação do iPhone. A Nvidia caiu 7,8% e a Amazon.com teve baixa de 9%.