Petrobras planeja lançar licitação para novo FPSO em Búzios nos próximos meses
Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras pretende lançar nos próximos meses a licitação para contratação do FPSO Búzios 12, que deve ser o 12º navio-plataforma a operar no mega campo no pré-sal da Bacia de Santos, afirmou a empresa à Reuters nesta terça-feira.
A diretoria executiva da Petrobras aprovou a Fase 2 do projeto Búzios 12, que prevê a instalação de uma plataforma com capacidade para produzir até 180 mil barris de óleo por dia e exportar 5,5 milhões m3/dia, segundo a empresa.
Mais cedo, a Reuters publicou que a Petrobras pretende realizar em cerca de 60 dias a licitação para Búzios 12.
"Queremos fazer essa licitação em 60 dias com viés de antecipação", disse uma das fontes.
Ao todo, o campo de Búzios deve produzir 1,5 milhão de barris por dia até 2030, com a operação de outras plataformas até lá, segundo informações da empresa.
Atualmente, seis plataformas operam em Búzios, com a última a ser instalada sendo o navio-plataforma Almirante Tamandaré, equipamento com maior capacidade.
Operado pela Petrobras, com participação de 88,98%, em consórcio com as empresas chinesas CNOOC e CNPC, Búzios possui os poços mais produtivos do país e deve superar em produção o campo líder, Tupi, ainda em 2025.
O navio-plataforma Búzios 12 vai receber, tratar e exportar parte do gás produzido por meio do projeto Búzios 10 (FPSO P82), destacou a Petrobras, citando a importância do projeto para a formação de um hub desse insumo no campo.
"Assim, a décima unidade de Búzios, inicialmente projetada para reinjetar todo o gás produzido, poderá exportar parte da produção via Búzios 12, pela Rota 3", explicou a Petrobras.
Búzios 12 também terá flexibilidade disponível para tratar e exportar parte do gás de outras plataformas.
A aprovação para a contratação do navio-plataforma já passou pela diretoria da Petrobras, e as equipes da companhia se preparam para lançar a concorrência internacional.
Segundo as fontes, a estatal pretende adotar a licitação no modelo BOT, no qual a contratada é responsável pelo projeto, construção, montagem e operação do ativo por um período inicial definido em contrato. Depois a plataforma é incorporada pela contratante.
"Vai ser uma contratação no modelo BOT, com vantagem de a unidade ter produção de gás. Essa contratação já vai estar alinhada com a orientação regulatória para ampliar a oferta de gás e redução da reinjeção", adicionou uma segunda fonte.
Uma das fontes comentou sobre o hub de gás em Búzios.
"Terá uma planta para tratar e processar o gás de outras plataformas que hoje não têm sistema de tratamento e de escoamento e acabam reinjetando esse gás", explicou uma das fontes.
No futuro, segundo estudos, esse hub também poderá fazer o tratamento de gás de outros campos fora dos limites de Búzios, que tem atualmente seis plataformas, mas que foram concebidas para reinjeção de gás associado ao petróleo.
PLANOS FUTUROS
O campo de Búzios deve ultrapassar, ainda este ano, a marca simbólica de produção de 1 milhão de barris de óleo por dia, superando Tupi, que está em declínio.
Após Almirante Tamandaré, uma sétima unidade produtiva está prevista para entrar em operação em Búzios ainda este ano. Búzios 8 entraria em 2026. Em 2027, outras três estão previstas.
Búzios 12 entraria em atividade após 2030, segundo informou a Petrobras anteriormente.
(Por Rodrigo Viga Gaier em Rio de Janeiro; reportagem adicional de Marta Nogueira e Fábio Teixeira)
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