MRV&Co pode vir a se separar da Resia com entrada de investidor estratégico

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - Executivos da MRV&Co disseram nesta quarta-feira que um "spin-off" da subsidiária norte-americana Resia pode ser uma solução para melhorar o balanço do grupo, cujos indicadores têm sido impactados pelo desempenho do negócio nos Estados Unidos.

A companhia tem como prioridade a redução do nível de endividamento da Resia, que no final de 2024 apurou dívida líquida de US$639 milhões. A estratégia do grupo envolve venda de ativos uma vez que o momento atual não é ideal para uma cisão, disseram executivos da MRV&Co.

"Não é uma transação simples de ser feita e ela tem o momento certo de ser feita", disse o diretor financeiro do grupo, Ricardo Paixão, em evento com investidores e jornalistas.

"Como a Resia hoje está com uma alavancagem muito alta, com garantias da própria operação da MRV, hoje não seria o momento ideal de fazer isso."

O executivo acrescentou que existem ainda questões tributárias que precisam ser resolvidas no processo de criação de uma holding fora do grupo, e citou possibilidade de um investidor estratégico entrar no negócio voltado para o segmento de aluguel de residências para famílias.

"Já estamos preparando esse caminho para, no momento que a desalavancagem acontecer, e no melhor momento estratégico, a gente poder fazer a separação."

"Faz sentido vender esses ativos, desalavancar, que é o que a gente está fazendo...e aí, sim, de repente, uma saída vai ser isso, um spin-off com a entrada de um investidor estratégico", afirmou Paixão, citando que "os investidores que a gente conversou recentemente queriam pagar um desconto tão grande... que não fazia sentido" avançar com uma separação neste momento.

A Resia tem como meta vender US$800 milhões em ativos até o final de 2026. A empresa tem um empreendimento no Texas em estágio avançado de negociação e previsão de venda ainda neste trimestre. A operação norte-americana também projeta gerar US$270 milhões em caixa este ano.

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O copresidente da companhia, Rafael Menin, alertou que algumas vendas de ativos, que incluem terrenos e propriedades, podem acontecer com prejuízo, uma vez que a Resia tem priorizado a velocidade em detrimento da rentabilidade, dado o cenário macroeconômico incerto e de juros ainda elevados nos EUA.

"A gente está favorecendo a geração de caixa e desalavancagem... nesse ciclo 2025/26", disse Menin a jornalistas, após apresentação ao mercado.

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