STF torna réus seis acusados de compor "núcleo 2" da tentativa de golpe
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) - Os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiram nesta terça-feira, de forma unânime, tornar réus mais seis pessoas acusadas de participar de uma tentativa de golpe de Estado que buscava manter o então presidente Jair Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota nas eleições de 2022.
No julgamento do chamado núcleo 2 ocorrido na manhã e tarde desta terça, o colegiado aceitou a denúncia e decidiu que vão responder a processo criminal os ex-assessores de Bolsonaro Filipe Martins e Marcelo Câmara; Silvinei Vasques, que chefiou a Polícia Rodoviária Federal; o general da reserva Mário Fernandes; e os ex-diretores do Ministério da Justiça Marília de Alencar e Fernando de Sousa Oliveira.
Fernandes, número dois da Secretaria-Geral da Presidência durante o governo Bolsonaro, já teria pronto um detalhado plano para a gestão da crise decorrente do golpe de Estado que ele e aliados teriam planejado em 2022 para impedir a posse do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, inclusive com o assassinato de Lula, segundo uma minuta apreendida pela Polícia Federal.
Ele foi preso em novembro de 2024, em operação da PF.
O grupo do núcleo 2 vai responder por crimes como tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.
No final de março, Bolsonaro e outros sete envolvidos já haviam se tornado réus por crimes semelhantes. A expectativa, segundo fontes do STF, é que o ex-presidente vá a julgamento final em outubro deste ano.
O ex-presidente e os demais envolvidos negam as acusações da Procuradoria-Geral da República (PGR).
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