Novo programa de crédito consignado privado já soma R$8 bi em empréstimos, diz secretário de Haddad
BRASÍLIA (Reuters) - O novo programa de estímulo ao crédito consignado para trabalhadores do setor privado já gerou R$8 bilhões em empréstimos concedidos no primeiro mês de operação do sistema, disse nesta quarta-feira o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto.
Em evento da CNN Brasil, Pinto afirmou que o programa prevê mecanismos de troca de dívidas mais caras por mais baratas pelos devedores e, por isso, o governo acredita que o modelo não vai gerar superendividamento.
Para ele, o sistema pode ser tratado como um grande programa de redução de juros pagos pelos trabalhadores.
"Eles vão ter um crédito mais barato, isso vai fazer com que tenham parcelas mais baixas e uma melhora das condições de pagar os empréstimos", disse.
O Banco Central, que tem defendido uma desaceleração da atividade para que consiga cumprir o objetivo de levar a inflação à meta de 3%, fez alerta sobre o sistema de crédito em sua última reunião de política monetária, em março.
Em meio a questionamentos de analistas sobre os programas do governo de estímulo à atividade e ao crédito, o BC enfatizou na ocasião a necessidade de se manter os canais de política monetária desobstruídos e sem elementos mitigadores para sua ação.
Batizado de “Crédito do Trabalhador”, o programa elaborado pelo governo dá acesso a empréstimos com desconto em folha diretamente pelo aplicativo Carteira de Trabalho Digital.
No lançamento, em março, o Palácio do Planalto citou estimativa do setor financeiro de que 19 milhões de empregados celetistas poderiam optar pela consignação dos salários em até quatro anos com o programa, o que representaria mais de R$120 bilhões em empréstimos contratados, contra estoque atual de R$40 bilhões.
(Por Bernardo Caram)
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.