Harley-Davidson faz alerta sobre impacto de tarifas e suspende previsão para 2025

Por Nathan Gomes

(Reuters) - A Harley-Davidson fez um alerta nesta quinta-feira sobre o impacto em seus resultados anuais das tarifas de importação e suspendeu as previsões para 2025, já que a fabricante de motocicletas espera uma trajetória turbulenta devido às políticas comerciais do presidente dos EUA, Donald Trump.

A empresa, que havia projetado anteriormente um declínio de até 5% no lucro anual por ação, sofreu um impacto de US$9 milhões no primeiro trimestre do ano e disse que espera um vento contrário de custos entre US$130 milhões e US$175 milhões neste ano.

Ainda assim, medidas de redução de custos e a demanda por seus modelos de turismo de alta margem ajudaram a Harley no primeiro trimestre.

A empresa obteve um lucro trimestral de US$1,07 por ação, abaixo dos US$ 1,72 do ano anterior, mas acima da estimativa dos analistas de US$0,78, de acordo com dados compilados pela LSEG.

Em uma teleconferência após a divulgação dos resultados, o presidente executivo Jochen Zeitz afirmou que a empresa estava ajustando sua cadeia de suprimentos à demanda atual e construindo nova capacidade.

A empresa também planeja lançar modelos de entrada com motores menores para conquistar jovens pilotos, que se mantiveram afastados de seus modelos caros tradicionais.

A Harley disse que se apoiaria em sua produção nos EUA e nos cortes de custos, entre outras medidas, para compensar o impacto das tarifas de importação.

"Os custos com tarifas são problemáticos. Dadas as atuais preocupações com a acessibilidade, a Harley-Davidson tem muito pouca margem de manobra para definir preços sem abrir mão significativamente das vendas unitárias", disse David MacGregor, analista de pesquisa da Longbow.

Continua após a publicidade

A rival Polaris, que fabrica a marca "Indian" de motocicletas, também suspendeu suas previsões anuais de vendas e lucros, sinalizando impactos da fraca demanda do consumidor e das tarifas.

(Reportagem de Nathan Gomes em Bengaluru)

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.