Ibovespa cai com ajustes no retorno do feriado; Prio avança

Por Patricia Vilas Boas

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha leve queda nesta sexta-feira de retorno de feriado, enquanto as ações da Prio se destacavam na ponta positiva, após a petroleira firmar contrato com a Equinor para comprar a participação de 60% da empresa norueguesa no campo de Peregrino pelo montante de US$3,5 bilhões.

Por volta das 11h30, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, perdia 0,13%, a 134.886,49 pontos, tendo recuado a 134.364,7 pontos no pior momento até agora. Com isso, caminhava para encerrar a semana praticamente estável.

O desempenho reflete um movimento de correção, após ganhos recentes -- quando chegou a renovar máximas do ano --, na sessão pós feriado do Dia do Trabalho, disse o analista Regis Chinchila, da Terra Investimentos.

O volume financeiro no pregão somava R$6 bilhões.

Em dia de agenda esvaziada no Brasil, as atenções se voltavam para dados econômicos nos Estados Unidos, onde um relatório de emprego mais forte do que o esperado acalmava temores sobre o custo econômico das tarifas do presidente norte-americano, Donald Trump.

A leitura, aliada a sinais de algum alívio na guerra comercial entre EUA e China, impulsionava os índices acionários em Nova York, com o S&P subindo 1,12%, o Dow Jones avançando 1,02% e o Nasdaq em alta de 1,13%.

Na cena doméstica, as expectativas rondam em torno da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana. Pesquisa da Reuters mostrou que a maioria dos economistas espera que o Banco Central eleve a taxa básica Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano.

Na quinta, analistas da XP liderados por Fernando Ferreira elevaram a estimativa de valor justo do Ibovespa para 149 mil pontos ao final de 2025, contra 145 mil anteriormente, com base na queda recente das taxas de juros de longo prazo.

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DESTAQUES

- PRIO ON avançava 5,55%, desacelerando a alta do início do pregão na esteira de acordo com a Equinor para comprar participação de 60% da norueguesa no campo de Peregrino por US$3,5 bilhões. A Prio já havia adquirido no ano passado uma fatia de 40% no campo pertencente à Sinochem e, com a nova aquisição, o ativo passará a ser totalmente detido e operado pela companhia brasileira. Analistas da Ativa Research consideraram a operação -- que adiciona 202 milhões de barris de reservas à base da Prio -- como positiva e geradora de valor. "A decisão de fechar o negócio em meio a um cenário de maior incerteza sobre os preços futuros do barril de petróleo também reflete a confiança da Prio em sua capacidade de extrair valor dos ativos que opera", disseram.

- PETROBRAS PN subia 0,8%, apesar do declínio nos preços do petróleo no exterior, que caminhavam para fechar a semana com queda acumulada. O petróleo Brent, referência para a estatal, caía 1,24%, a US$61,35 o barril.

- VALE ON ganhava 0,66%, sem a referência dos preços futuros do minério de ferro, uma vez que os mercados financeiros da China estarão fechados de 1 a 5 de maio para o feriado do Dia do Trabalho, com as negociações sendo retomadas em 6 de maio.

- ITAÚ UNIBANCO caía 0,38%, SANTANDER BRASIL UNIT perdia 0,58%, enquanto BANCO DO BRASIL ON tinha variação negativa de 0,07% e BRADESCO PN recuava 0,95%, em sessão desfavorável para os bancos do Ibovespa.

- EMBRAER ON subia 1,19%, no sétimo pregão consecutivo de avanço para os papéis da fabricante de aeronaves. A Embraer divulga na terça-feira seu relatório de resultados referente ao primeiro trimestre.

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- JBS ON caía 1,88%, entre as principais pressões negativas sobre o Ibovespa. Acionistas da processadora de alimentos se reúnem em 23 de maio para votar seu plano de listagem na Bolsa de Valores de Nova York, iniciativa que tem atraído fortes críticas de grupos ambientalistas e de direitos dos animais, mas elogios de Wall Street. No setor, MARFRIG ON perdia 3,17% e MINERVA ON recuava 1,86%.

- ALLOS ON, MULTIPLAN ON e IGUATEMI UNIT avançavam mais de 1% cada, após o JPMorgan elevar a recomendação dos papéis das operadoras de shopping center a "overweight", ante "neutra", citando expectativas em torno de uma aproximação do fim do ciclo de aperto monetário no Brasil.

- GOL PN, que não está no Ibovespa, subia 4,07%, após disparar até 15%, tendo como pano de fundo novo acordo da companhia aérea com um grupo relevante de credores que envolve o financiamento de US$125 milhões. Segundo a Gol, o apoio desse grupo majoritário de credores aumentará substancialmente as chances de seu plano de reestruturação vir a ser aprovado. A empresa está em recuperação judicial nos EUA desde o início de 2024. No setor, AZUL PN ganhava 1,36%.

(Reportagem de Patricia Vilas Boas)

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