Pequim avalia oferta sobre fentanil para iniciar negociações comerciais com EUA, informa WSJ
WASHINGTON (Reuters) - Pequim está considerando maneiras de lidar com as preocupações do governo Trump sobre o papel da China no comércio de fentanil, potencialmente fornecendo uma saída das hostilidades para permitir o início das negociações comerciais, informou o Wall Street Journal nesta sexta-feira.
O jornal citou pessoas não identificadas familiarizadas com o assunto, dizendo que o ministro da Segurança Pública da China, Wang Xiaohong, havia perguntado nos últimos dias sobre o que a equipe de Trump quer que a China faça quando se trata dos ingredientes químicos usados para fabricar o potente medicamento fentanil.
A notícia afirma que parte da avaliação de Pequim envolvia o envio de Wang aos EUA para se reunir com autoridades seniores do governo do presidente Donald Trump ou para que ele se reunisse com autoridades norte-americanas em um terceiro país.
O jornal citou que as fontes advertiram que as discussões permaneciam fluidas e que Pequim gostaria de ver algum abrandamento da ofensiva comercial de Trump contra a China.
A Casa Branca e a embaixada da China em Washington não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
A notícia foi publicada depois que o Ministério do Comércio da China disse que estava avaliando uma oferta de Washington para manter conversações sobre as tarifas de 145% impostas por Trump à China, embora tenha alertado os EUA para não se envolverem em "extorsão e coerção".
Trump tem vinculado a guerra comercial dos Estados Unidos com a China, que agitou os mercados globais, à crise do fentanil que está matando um grande número de norte-americanos.
Washington afirma que os fabricantes e exportadores de produtos químicos chineses fornecem a maioria dos precursores químicos usados pelos cartéis de drogas para produzir opioides sintéticos, a causa de quase 450.000 mortes por overdose nos EUA. A China há muito tempo defende suas duras leis sobre drogas e seu histórico de repressão aos contrabandistas, e diz que os EUA precisam controlar seus próprios problemas de dependência.
Trump disse na quarta-feira que acreditava que havia uma "chance muito boa" de seu governo fazer um acordo com a China, horas depois que o presidente chinês, Xi Jinping, pediu às autoridades que tomassem medidas para se ajustar às mudanças no ambiente internacional, sem mencionar explicitamente os Estados Unidos.
Fontes disseram à Reuters no mês passado que o governo Trump havia se envolvido em conversas diretas com contrapartes chinesas, principalmente entre a equipe de alto escalão da embaixada chinesa em Washington e o Conselho de Segurança Nacional dos EUA.
No entanto, as fontes disseram que as conversas não produziram resultados e os negociadores norte-americanos acusaram os chineses de não negociarem de boa fé.
Nesta sexta-feira, o governo Trump encerrou o acesso isento de impostos dos EUA para remessas de baixo valor da China e de Hong Kong, removendo as isenções "de minimis" usadas pela Shein, Temu e outras empresas de comércio eletrônico, bem como por traficantes de fentanil e outros produtos ilícitos.
(Reportagem de David Brunnstrom em Washington e Angela Christy em Bengaluru)
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