Setor industrial da zona do euro mostrou mais sinais de estabilização em abril, aponta PMI
LONDRES (Reuters) - A produção industrial da zona do euro cresceu no ritmo mais rápido em pouco mais de três anos em abril, apesar de a atividade geral das fábricas ter permanecido em território de contração, com as três maiores economias mostrando sinais de melhora, mostrou uma pesquisa nesta sexta-feira.
O Índice Gerentes de Compras (PMI) final do setor industrial da zona do euro, compilado pela S&P Global, subiu de 48,6 em março para 49,0 em abril, marcando o seu nível mais alto em 32 meses, mas permanecendo abaixo da marca de 50 que separa crescimento de contração.
"Um quarto aumento consecutivo no PMI do HCOB pode ser visto como um sinal de que a situação no setor industrial está se estabilizando. Isso é uma surpresa, dadas as muitas incertezas e choques dos últimos meses", disse Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.
O subíndice de produção subiu para 51,5 em relação aos 50,5 de março, seu ponto mais alto desde março de 2022, indicando um segundo mês consecutivo de crescimento da produção, apesar da demanda fraca.
Os novos pedidos continuaram a cair, mas em seu ritmo mais lento em três anos, quase se estabilizando com o subíndice se aproximando do limite neutro, em 49,5.
Os mercados de exportação continuaram a ser o principal ponto fraco, com os pedidos do exterior caindo mais acentuadamente do que o volume geral de novos negócios.
Alemanha, França e Itália - as maiores economias do bloco - mostraram melhorias, embora seus PMIs tenham permanecido em território de contração. A Grécia liderou com uma leitura de 53,2, seguida pela Irlanda com 53,0, enquanto a Áustria ficou na parte inferior com 46,6.
"A quase estabilização da economia industrial foi ajudada por um aumento da produção na Alemanha e na França em abril, e a Itália está lutando para voltar ao território de expansão", acrescentou de la Rubia.
O emprego nas fábricas caiu pelo 23º mês consecutivo, embora a taxa de redução de empregos tenha sido a mais lenta desde junho.
Os fabricantes conseguiram aumentar suas margens de lucro já que os custos de insumos diminuíram pela primeira vez desde novembro, enquanto que os preços de produção aumentaram pela taxa mais rápida em dois anos.
A pesquisa mostrou que a confiança das empresas enfraqueceu para o seu nível mais baixo em 2025 até agora, indicando uma cautela persistente entre os operadores de fábrica, apesar da melhora nas tendências de produção.
(Reportagem de Jonathan Cable)
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