Ibovespa recua contaminado por viés negativo de NY em meio a tarifas

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa caía nesta segunda-feira, contaminado pelo viés negativo dos índices acionários nos Estados Unidos, após novas tarifas do presidente norte-americano, Donald Trump, reacenderem preocupações sobre os efeitos de uma guerra comercial global.

Na cena corporativa, repercutia o noticiário envolvendo conversas sobre fusão entre as duas gigantes educacionais Cogna e Yduqs.

Às 11h15, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, recuava 0,79%%, a 134.070,31 pontos, tendo oscilado a 134.034,66 no pior momento e a 135.198,13 no melhor momento da sessão até agora. O volume financeiro somava R$5,4 bilhões.

Os índices acionários em Nova York também operavam no vermelho, com o S&P perdendo 0,64%.

No domingo, Trump anunciou uma tarifa de 100% sobre filmes produzidos fora do país, levando nesta segunda à queda de ações de empresas como Netflix, Amazon e Walt Disney. A medida é a mais recente de uma série de imposições de taxas anunciadas por Trump desde seu retorno a Casa Branca.

Ainda na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que conversou com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, sobre a política tarifária norte-americana, apontando que os países estão negociando os "termos de um entendimento" em relação ao tema. Haddad falava a jornalistas em visita a Los Angeles para tratar sobre investimentos em data centers.

Os mercados também digeriam dados de atividade econômica norte-americana anunciados nesta manhã, enquanto se preparam para uma semana cheia de decisões de bancos centrais, incluindo Federal Reserve, Banco da Inglaterra e Banco Central do Brasil.

No Brasil, analistas consultados pelo BC alteraram a projeção para o nível da taxa Selic ao fim deste ano pela primeira vez em 17 semanas, a 14,75%, enquanto mantiveram a expectativa para 2026 e diminuíram mais uma vez a previsão da inflação em 2025, conforme pesquisa Focus.

Análise gráfica do BB apontou para um Ibovespa em queda, com os ativos domésticos atentos ao cenário internacional enquanto investidores monitoram as negociações tarifárias do governo Trump e os dados de atividade nos EUA.

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DESTAQUES

- COGNA ON subia 4,98% e YDUQS ON avançava 2,87%, tendo como pano de fundo coluna do jornalista Lauro Jardim, do O Globo, afirmando que os dois maiores grupos de ensino superior do Brasil voltaram a conversar sobre uma fusão.

- PETROBRAS PN caía 1,95% e PETROBRAS ON perdia 1,5%, em correção após fecharem com alta de mais de 2% cada na sexta-feira. O movimento também era endossado pelo desempenho negativo dos preços do petróleo no mercado internacional, onde o barril do Brent, referência para a estatal, caía 1,88%, a US$60,14 o barril.

- VALE ON tinha variação positiva de 0,08%, em mais uma sessão sem a referência dos preços futuros do minério de ferro, com os mercados financeiros da China fechados por feriado. As negociações serão retomadas a partir de terça-feira.

- ITAÚ UNIBANCO caía 0,87%, SANTANDER BRASIL UNIT ganhava 0,8%, BANCO DO BRASIL ON tinha variação positiva de 0,8% e BRADESCO PN desvalorizava-se 0,1%.

- GPA ON recuava 1,54%, vindo de duas sessões consecutivas de queda, nas quais acumulou desvalorização de 15%. O varejista realiza nesta segunda assembleia geral extraordinária para deliberar sobre proposta de destituição do atual conselho e eleição de novos membros.

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(Reportagem de Patricia Vilas Boas)

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