União Europeia deveria quadruplicar gastos com semicondutores, diz grupo industrial

Por Nathan Vifflin

AMSTERDÃ (Reuters) - A União Europeia deveria quadruplicar seus gastos com chips e separar um orçamento específico para isso, disse o grupo industrial SEMI nesta terça-feira, em sua resposta oficial às consultas da UE sobre seu próximo orçamento.

Legisladores e grupos industriais europeus estão ganhando força nas discussões para uma "Lei dos Chips 2.0", pressionando para preencher rapidamente as lacunas na estratégia de semicondutores do continente.

O bloco de 27 países está consultando as partes interessadas do setor, incluindo o braço europeu da SEMI, com sede em Bruxelas, enquanto planeja seus gastos de longo prazo para o período entre 2028 e 2034. Um anúncio orçamentário está agendado para julho.

A Comissão Europeia precisará alocar 20 bilhões de euros (US$22,64 bilhões) em toda a cadeia de suprimentos de semicondutores, gerando investimentos totais de mais de 260 bilhões de euros de entidades públicas e privadas, disse a SEMI na carta vista pela Reuters.

No fim de março, o Tribunal de Contas Europeu disse que a meta da UE de atingir 20% da produção do mercado mundial de chips até 2030 era inatingível no ritmo atual.

Até agora, a Comissão Europeia contribuiu apenas com 4,5 bilhões de euros para a Lei Europeia de Chips, de 43 bilhões de euros, enquanto cerca de 80% do financiamento público veio dos estados-membros, afirmou a principal instituição de auditoria do bloco no relatório.

A SEMI afirmou que um orçamento separado da UE ajudaria a nivelar as condições de concorrência em toda a região, já que atualmente cada estado-membro investe primeiro em sua própria indústria nacional.

"Os semicondutores são o componente fundamental que sustenta praticamente todos os setores da economia moderna -- automotivo, aeroespacial, robótica industrial e dispositivos médicos -- e, ainda assim, a UE continua a depender extensivamente de fornecedores não europeus para a grande maioria de seus chips avançados e componentes críticos da cadeia de suprimentos", afirmou.

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Chips de ponta e de inteligência artificial, juntamente com tecnologias quânticas, foram algumas das lacunas que o grupo identificou em sua resposta.

A previsão é de que a Europa alcance 11,7% da participação no mercado global de semicondutores até 2030, pouco mais da metade de sua meta ambiciosa, de acordo com o Tribunal de Contas.

(Reportagem de Nathan Vifflin em Amsterdã)

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