Petrobras estuda adaptar plataforma antiga para Barracuda e Caratinga, dizem fontes

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras estuda adaptar uma das plataformas que constam em seu plano de descomissionamento para atuar nos campos de Barracuda e Caratinga, após o cancelamento definitivo de uma licitação que visava o afretamento de uma embarcação do tipo FPSO para revitalização da produção de petróleo na área, disseram a Reuters duas fontes próximas ao assunto.

Conforme os estudos, a Petrobras poderá adaptar, por meio de obras e outras intervenções, a P-35 ou a P-37, que ficam na Bacia de Campos.

"Essa é uma alternativa já que o ativo já está com a Petrobras. Precisaria de uma adaptação, uma obra que levaria em média seis meses", disse uma das fontes, em condição de sigilo.

"É mais barato, mais rápido e mais racional do que uma concorrência ou até mesmo do que um BOT", adicionou uma segunda fonte, sem dar projeção de custo.

Em fevereiro, a diretora de Engenharia, Tecnologia e Inovação da companhia, Renata Baruzzi, afirmou que a petroleira poderia relicitar a plataforma por meio do modelo BOT, uma modalidade de contratação na qual a contratada é responsável pelo projeto, construção, montagem e operação do ativo por um período inicial definido em contrato. Nesse tipo de modelo, a operação é transferida para a estatal.

"O BOT é sempre interessante, mas a Petrobras tem metas e quer alavancar o descomissionamento de unidades", disse uma das fontes.

A Petrobras considera a adaptação de plataformas que já pararam de produzir para outros campos de petróleo como uma alternativa, enquanto enfrenta dificuldades para contratar embarcações novas por preços que permitam a viablidade dos projetos.

A Reuters antecipou neste ano que a única proposta na licitação para o afretamento de um FPSO para Barracuda e Caratinga havia sido feita pela empresa indiana Shapoorji Pallonji Energy, mas o valor teria ficado acima do esperado pela petroleira estatal, de acordo com duas fontes.

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"Os prazos recursais por parte da empresa indiana foram esgotados, as análises feitas não deram ganho de causa e agora o processo está liquidado", adicionou a fonte.

Procurada, a Petrobras não respondeu imediatamente.

Em seu plano estratégico, a Petrobras prevê US$9,9 bilhões para o descomissionamento de dez plataformas nos próximos cinco anos.

Em abril deste ano, a diretoria da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) aprovou garantias financeiras apresentadas pela Petrobras da ordem R$72 bilhões que asseguram as obrigações de descomissionamento de instalações em 127 campos de produção de petróleo e gás da companhia.

(Por Rodrigo Viga Gaier)

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