Vamos afunda cerca de 11% após lucro abaixo do esperado

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - As ações da Vamos renovavam mínimas da sessão no começo da tarde desta quarta-feira, desabando cerca de 10% em meio à repercussão do resultado da empresa de aluguel e gestão de frotas de veículos pesados, que mostrou lucro líquido do primeiro trimestre abaixo das previsões no mercado.

A companhia, que se separou de operações com concessionárias de veículos no final do ano passado, teve um lucro líquido das atividades que continuaram na empresa de R$107,8 milhões entre janeiro e o final de março, queda de 45,6% ano a ano, afetado em parte por aumento de 32,8% no resultado financeiro negativo.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$886,7 milhões, crescimento de 10,1% e a receita líquida totalizou R$1,33 bilhão, expansão de 23,6% ano a ano.

Projeções de analistas compiladas pela LSEG apontavam lucro de R$130 milhões, Ebitda de R$918 milhões e receita de R$1,36 bilhão.

Analistas do Safra afirmaram que, apesar do desempenho aceitável de sua unidade de Locação, a empresa continua sofrendo com um alto nível de retomadas de ativos, enquanto seu lucro foi pressionado por maiores depreciações e despesas financeiras.

"O Ebitda cresceu..., mas sua margem Ebitda consolidada caiu 8 pontos percentuais em relação ao mesmo período do ano anterior, para 66,6%, como resultado de uma pior composição de receitas devido à maior participação das vendas de ativos na receita líquida", destacaram Luiz Peçanha e Arthur Godoy.

Por volta de 13h10, as ações da companhia recuavam 10,79%, a R$4,3, engatando a terceira sessão no vermelho e figurando entre os piores desempenhos do Ibovespa, que perdia 0,2%.

Na visão de analistas do Citi, a utilização de ativos melhorou ligeiramente e o rendimento dos novos contratos parece resiliente, mas a empresa continua enfrentando cancelamentos, e a realocação de ativos pode se tornar ainda mais desafiadora em um ambiente de juros altos.

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Filipe Nielsen e Stephen Trent também citaram que, apesar das intenções de realocar os ativos devolvidos, a Vamos também parece estar aumentando suas vendas de seminovos, incluindo algumas vendas de ativos devolvidos.

"A combinação do aumento nas vendas de caminhões usados ​​com a rápida queda nas margens de Ebitda dos seminovos sugere que as condições de vendas são desafiadoras e podem continuar sendo um obstáculo à frente, enquanto a depreciação pode continuar subindo", afirmaram os analistas em relatório a clientes.

Em teleconferência com analistas, executivos da empresa afirmaram que as montadoras de veículos estão pressionando por aumentos de preços de novos e que seminovos mostram viés de "leve alta", enquanto avaliam que o pior de retomada de caminhões ficou para trás.

A Vamos, do grupo Simpar, também divulgou na noite de terça-feira previsões para 2025, incluindo estimativas de Ebitda entre R$3,85 bilhões e R$4,15 bilhões, lucro líquido no intervalo entre R$450 milhões e R$550 milhões e alavancagem de três a 3,2 vezes.

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