Suspeito de chefiar tráfico de drogas no Complexo da Maré é morto em operação policial no Rio

Por Rodrigo Viga Gaier

RIO DE JANEIRO (Reuters) - As principais vias expressas do Rio de Janeiro foram impactadas nesta terça-feira por uma operação policial que resultou na morte de um homem suspeito de chefiar o tráfico de drogas no Complexo da Maré, identificado como Thiago da Silva Folly.

O suposto líder, conhecido como TH da Maré, aparecia na lista dos mais procurados do Estado do Rio. Dois homens que seriam seguranças dele também morreram em uma troca de tiros dentro de uma casa na comunidade onde estavam aliados de TH, segundo a polícia.

O suspeito chegou a ser socorrido para um hospital, mas não resistiu, de acordo com a corporação.

"Há meses, a inteligência monitorava esses 'narcoterroristas' que oprimem a população. Foi uma atuação precisa e cirúrgica“, disse o secretário de Polícia Militar do Rio, Marcelo de Menezes, em entrevista coletiva.

"Houve tentativas de fechar as vias expressas para atrapalhar a população e a polícia", complementou.

A operação na Maré começou durante a madrugada e tinha como foco inicial a favela do Timbau, uma das 16 comunidades do Complexo da Maré, onde vivem mais de 130 mil pessoas.

"A operação de hoje foi um sucesso, e o trabalho de inteligência foi muito intenso nos últimos meses", afirmou o secretário de Segurança Pública fluminense, Victor Santos.

Por medida de segurança, mais de 40 escolas da região tiveram as aulas suspensas. Unidades de saúde e itinerários de ônibus também foram afetados pela ação policial.

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A Linha Amarela, uma das principais vias expressas da cidade, chegou a ser fechada pelo menos seis vezes. As interdições também impactaram outras vias expressas, como a Avenida Brasil e a Linha Vermelha, deixando o trânsito caótico na cidade ao longo da manhã.

"O bem maior é a vida das pessoas, mas, como organizações criminosas começaram a atirar nas pessoas no ano passado... vem a ordem para fechar as vias para a segurança de quem passa pela região", disse Menezes.

Na Avenida Brasil, duas pessoas foram baleadas. A polícia alega que não há correlação com o confronto na Maré.

TH estava preso até 2016 e tinha 17 mandados de prisão contra ele, além de 227 anotações criminais. O grupo supostamente liderado pelo suspeito é acusado de ligação com crimes como a morte de dois agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) em 2024, o sequestro de uma ambulância e ataque a tiros contra agentes de segurança federais durante grandes eventos no Rio.

A polícia também suspeita que o grupo supostamente chefiado por TH tenha envolvimento com a tentativa de assalto a jogadores do Flamengo na semana passada. Na ocorrência, o carro blindado onde estava o goleiro argentino Agustín Rossi foi atingido por quatro tiros.

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