Ibovespa tem alta instável com bancos e alívio nos DIs; Eletrobras pesa
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha uma alta frágil nesta quinta-feira, apoiada pelas ações de bancos e com alívio nas taxas dos DIs favorecendo papéis sensíveis à economia doméstica, enquanto Eletrobras pesava negativamente após balanço do primeiro trimestre com prejuízo.
Às 11h25, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, subia 0,4%, a 138.981,34 pontos, tendo marcado até momento 138.320,61 na mínima e 139.196,12 na máxima. O volume financeiro somava R$5,1 bilhões.
De acordo com o analista técnico Gilberto Coelho, da XP, o Ibovespa está em tendência de alta pelas médias de 21 e 200 dias, embora não tenha conseguido ainda renovar a sua nova máxima histórica. "Acima dos 139.500 teria projeções nos 141.100 ou 152.000 por Fibonacci", afirmou em relatório.
Coelho vê como um sinal de realização lucros a perda dos 138.000 pontos pelo Ibovespa, mirando os 133.000 ou 128.900 pontos. "O IFR (índice de força relativa) em sobrecompra, apontou para baixo favorecendo realizações", acrescentou.
No exterior, o sinal negativo prevalecia nos pregões em Wall Street, onde o S&P 500 recuava 0,2%, em meio a uma diminuição da euforia pela trégua tarifária entre Estados Unidos e China, com agentes financeiros também repercutindo números sobre a economia norte-americana.
DESTAQUES
- ELETROBRAS ON recuava 3,4%, após divulgar prejuízo líquido de R$354 milhões no primeiro trimestre, revertendo o lucro de R$331 milhões apurado no mesmo período em 2024, com queda no resultado operacional por menor receita de transmissão e maiores custos com energia comprada para revenda. A elétrica prevê menor descolamento dos preços de energia de curto prazo a partir do segundo semestre.
- AZUL PN subia 4,17%, em meio a ajustes após tombo de 16% na véspera, quando agentes financeiros repercutiram o resultado da companhia aérea do primeiro trimestre, com prejuízo líquido ajustado de R$1,82 bilhão. No setor, GOL PN, que não está no Ibovespa e está recuperação judicial nos EUA, disparava 9,68% na esteira do balanço dos primeiros três meses do ano, com lucro líquido de R$1,38 bilhão.
- GPA ON avançava 6,36%, com investidores também repercutindo notícia de que integrantes da família Coelho Diniz aumentaram a participação no varejista para 10% do total de ações da companhia.
- BANCO DO BRASIL ON cedia 0,03% antes da divulgação do resultado do primeiro trimestre, após o fechamento do mercado, enquanto, no setor, BRADESCO PN avançava 2,11%, SANTANDER BRASIL ON mostrava acréscimo de 0,79%, ITAÚ UNIBANCO PN registrava elevação de 0,59% e BTG PACTUAL UNIT subia 0,67%.
- LOJAS RENNER ON valorizava-se 3,74%. Relatório do UBS BB reiterou recomendação de compra para as ações da varejista de moda e elevou previsões para os lucros líquidos ajustados em 2025 e 2026, bem como o preço-alvo dos papéis de R$14,50 para R$21. Para o segundo trimestre, os analistas veem efeitos positivos de uma base de comparação mais fraca e tendências positivas de consumo.
- PETROBRAS PN recuava 0,22%, em meio ao declínio do petróleo no exterior, onde o barril de Brent caía 2,5%, a US$64,44. A Federação Única dos Petroleiros (FUP) indicou uma greve de advertência nos dias 29 e 30 de maio nas unidades da Petrobras, em protesto contra estagnação em negociações com a empresa sobre diversos temas. Uma paralisação ainda precisa ser aprovada por sindicatos em assembleia.
- VALE ON tinha acréscimo de 0,26%, endossada pelo avanço dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 1,17%, a 736,5 iuans (US$102,13) a tonelada.
- EQUATORIAL ON cedia 1,45%, após balanço do primeiro trimestre mostrar um resultado operacional medido pelo Ebitda ajustado de R$2,9 bilhões no primeiro trimestre deste ano, um aumento de 14,5% frente ao mesmo intervalo de 2024, mas queda de 16,4% no lucro líquido ajustado, que somou R$411 milhões no período.
- AMERICANAS ON, que não faz parte do Ibovespa, caía 5,75%, após balanço do primeiro trimestre com prejuízo líquido de quase meio bilhão de reais, revertendo lucro de R$453 milhões um ano antes. Segundo a varejista, a comparação ano a ano foi comprometida, principalmente, pela contabilização de R$1,3 bilhão em outras receitas no mesmo período de 2024, decorrentes da execução do seu plano de recuperação judicial.
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