Thyssenkrupp tem lucro menor no trimestre com incerteza tarifária
Por Christoph Steitz e Tom Käckenhoff
FRANKFURT/DUESSELDORF, Alemanha (Reuters) - O lucro operacional da Thyssenkrupp despencou no segundo trimestre fiscal, prejudicado pelo que o conglomerado industrial alemão disse ser a alta incerteza econômica entre a maioria de seus clientes, devido às tarifas de importação mais altas, principalmente nos setores automotivo e de aço.
As ações do grupo que produz peças desde para submarinos a automóveis despencaram cerca de 10% nesta manhã, após o resultado que mostrou queda de 90% no Ebit ajustado trimestral, para 19 milhões de euros, muito abaixo da média de 146 milhões prevista em uma pesquisa com analistas fornecida pela empresa.
A Thyssenkrupp, por meio de sua ampla estrutura global, que também abrange o comércio de materiais e hidrogênio, está exposta a atritos comerciais globais e, nesta quinta-feira, alertou que as tarifas afetarão negativamente a produção automotiva global em 2025.
O diretor financeiro, Jens Schulte, que está deixando o cargo, disse que a Thyssenkrupp conseguiu, até o momento, repassar as atuais sobretaxas de importação dos Estados Unidos para os clientes de seu negócio automotivo, mas observou que a situação deverá continuar desafiadora.
O presidente-executivo, Miguel Lopez, disse que o grupo espera ver mais influxos de aço asiático barato na Europa devido às tarifas dos EUA, acrescentando que é muito cedo para comentar sobre as consequências.
"A introdução de tarifas universais de importação e tarifas alfandegárias individuais para os principais parceiros comerciais, como a UE e a China, está tendo um impacto negativo no comércio global e desestabilizando as cadeias de suprimentos internacionais", disse o grupo.
A divisão siderúrgica da Thyssenkrupp, da qual o bilionário tcheco Daniel Kretinsky é proprietário de 20%, teve um prejuízo de 23 milhões de euros, em comparação com um lucro de 68 milhões no ano passado, também atingido por interrupções relacionadas à manutenção.
O conglomerado alemão disse que ainda espera um lucro operacional ajustado (Ebit) de 600 milhões a 1 bilhão de euros e um fluxo de caixa livre antes de fusões e aquisições entre 0 e 300 milhões de euros.
O Ebit ajustado do trimestre da divisão de submarinos do grupo, que está sendo preparada para uma cisão no final deste ano, aumentou 24%, chegando a 31 milhões de euros.
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